A despeito da significativa influência do desempenho negativo
do setor automotivo devido a interrupções da produção
devido a estoques excessivos, os dados regionais da produção
industrial referentes a setembro reforçam as preocupações
com relação ao desempenho da indústria nacional
nos próximos meses. A retração de 2,0% da
produção da indústria geral em setembro com
relação a agosto – com ajuste sazonal –
refletiu a queda das atividades industriais nos estados de São
Paulo (–4,2%), Rio de Janeiro (–3,0%) e Minas Gerais
(–2,7%). Esta Análise vem, há um bom tempo,
chamando a atenção para a fraca evolução
da produção industrial no Sudeste do País
– uma preocupação evidente, pois mais de 60%
de toda atividade industrial se concentra nesses três estados.
Em São
Paulo, o resultado de setembro foi a quarta taxa de variação
negativa no ano (de um total de nove), o que fez com que, no acumulado
dos três trimestres iniciais deste ano, a produção
apresente crescimento de somente 1,6%. Em Minas, são sete
taxas negativas no ano, das quais quatro consecutivas (de junho
a setembro); no ano até setembro, a produção
da indústria mineira acumula crescimento de 0,8%. No Rio,
são cinco variações negativas e crescimento
de 1,3% nos nove primeiros meses do ano.
Na comparação
entre trimestres (trimestre frente a trimestre imediatamente anterior
com ajuste sazonal), a fraca evolução da produção
desses estados do Sudeste é também evidente: em
São Paulo, após avanço de 2,1% no primeiro
trimestre, sucederam-se quedas de 1,5% e 1,3%, respectivamente,
no segundo e terceiro trimestres. Em Minas Gerais, o movimento
de descenso é também muito forte: 0,4%, –0,1%
e –2,7%, nessa ordem, do primeiro ao terceiro trimestre
do ano. No Rio de Janeiro, a produção industrial
começou negativa no primeiro trimestre (–1,1%), continuou
caindo no segundo (também –1,1%) e apresentou uma
fraca reação (+0,7%) no terceiro trimestre.
Quais as consequências
dessa evolução da produção industrial
no Sudeste do País? É muito provável que
a indústria como um todo apresente resultados ainda fracos
no último trimestre deste ano – muito embora possam
vir a ser melhores do que os do terceiro trimestre em razão
da desvalorização da moeda e inicie 2012 também
em menor ritmo – possivelmente, com resultados muito mais
modestos do que os registrados nos três primeiros meses
deste ano. Na comparação com igual período
de 2010, o que poderá “salvar” o último
trimestre deste ano é o “efeito estatístico”,
pois o mesmo período do ano passado foi muito ruim para
a indústria. Outro ponto que poderá aparecer de
forma mais contundente nas estatísticas do IBGE é
o recuo do emprego industrial, que vem se mantendo estagnado,
mas já dá sinais de algum encolhimento.
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aqui o texto completo desta Análise.