8 de novembro de 2011

Indústria Regional
A preocupação maior que vem do Sudeste


   

 
A despeito da significativa influência do desempenho negativo do setor automotivo devido a interrupções da produção devido a estoques excessivos, os dados regionais da produção industrial referentes a setembro reforçam as preocupações com relação ao desempenho da indústria nacional nos próximos meses. A retração de 2,0% da produção da indústria geral em setembro com relação a agosto – com ajuste sazonal – refletiu a queda das atividades industriais nos estados de São Paulo (–4,2%), Rio de Janeiro (–3,0%) e Minas Gerais (–2,7%). Esta Análise vem, há um bom tempo, chamando a atenção para a fraca evolução da produção industrial no Sudeste do País – uma preocupação evidente, pois mais de 60% de toda atividade industrial se concentra nesses três estados.

Em São Paulo, o resultado de setembro foi a quarta taxa de variação negativa no ano (de um total de nove), o que fez com que, no acumulado dos três trimestres iniciais deste ano, a produção apresente crescimento de somente 1,6%. Em Minas, são sete taxas negativas no ano, das quais quatro consecutivas (de junho a setembro); no ano até setembro, a produção da indústria mineira acumula crescimento de 0,8%. No Rio, são cinco variações negativas e crescimento de 1,3% nos nove primeiros meses do ano.

Na comparação entre trimestres (trimestre frente a trimestre imediatamente anterior com ajuste sazonal), a fraca evolução da produção desses estados do Sudeste é também evidente: em São Paulo, após avanço de 2,1% no primeiro trimestre, sucederam-se quedas de 1,5% e 1,3%, respectivamente, no segundo e terceiro trimestres. Em Minas Gerais, o movimento de descenso é também muito forte: 0,4%, –0,1% e –2,7%, nessa ordem, do primeiro ao terceiro trimestre do ano. No Rio de Janeiro, a produção industrial começou negativa no primeiro trimestre (–1,1%), continuou caindo no segundo (também –1,1%) e apresentou uma fraca reação (+0,7%) no terceiro trimestre.

Quais as consequências dessa evolução da produção industrial no Sudeste do País? É muito provável que a indústria como um todo apresente resultados ainda fracos no último trimestre deste ano – muito embora possam vir a ser melhores do que os do terceiro trimestre em razão da desvalorização da moeda e inicie 2012 também em menor ritmo – possivelmente, com resultados muito mais modestos do que os registrados nos três primeiros meses deste ano. Na comparação com igual período de 2010, o que poderá “salvar” o último trimestre deste ano é o “efeito estatístico”, pois o mesmo período do ano passado foi muito ruim para a indústria. Outro ponto que poderá aparecer de forma mais contundente nas estatísticas do IBGE é o recuo do emprego industrial, que vem se mantendo estagnado, mas já dá sinais de algum encolhimento.

Leia aqui o texto completo desta Análise.