6 de outubro de 2011

Indústria Regional
Projeções recuam em
São Paulo, Minas e Rio


   

 
A taxa negativa de 0,2% da produção da indústria brasileira em agosto frente a julho (com ajuste sazonal) decorreu da retração das atividades industriais em dez das catorze localidades pesquisadas pelo IBGE. Esta abrangência confere uma dimensão mais grave à queda da produção a nível nacional. Na região Nordeste, a produção industrial caiu 0,9% em agosto (quinta taxa negativa no ano), devido sobretudo aos resultados das indústrias de Pernambuco (–3,0%) e Bahia (–1,9%). No Sudeste, a produção no Espírito Santo (–6,4%) e em Minas (–1,1%) recuou mais do que a média nacional; em São Paulo, a queda foi menos expressiva (–0,1%) e, no Rio, a produção industrial apresentou a segunda taxa positiva consecutiva (2,1% em julho e 4,3% em agosto), “devolvendo” os registros negativos de maio (–1,9%) e de junho (–4,2%). No sul, a produção cresceu 7,0% e 1,9%, respectivamente, no Paraná e em Santa Catarina, contrastando com o recuou de 1,5% no Rio Grande do Sul. No Norte, a produção no Amazonas (–4,5%) e Pará (–1,2%) também apresentou queda.

Esses muitos resultados desfavoráveis de agosto confirmam a tendência de desaceleração da produção industrial em muitos estados e regiões do País, a qual pode ser observada, de fato, desde o ano passado. A taxa anualizada dá uma boa ideia desse movimento de perda de ritmo da atividade industrial brasileira. No início do ano, considerando a indústria como um todo, essa taxa era de 9,4% e passou para 2,3% em agosto. Ou seja, a projeção de crescimento da produção nacional para este ano caiu consideravelmente e, pode-se observar na série de dados do IBGE, que ela vem caindo de forma contínua ao longo deste ano (em nenhum momento dando sinais de crescimento ou mesmo estabilidade), o que faz com que tal projeção fique cada vez mais distante do resultado do ano passado, quando a produção industrial cresceu 10,5%. Esse movimento geral reflete o que vem ocorrendo nos três estados com maior peso na produção. A taxa anualizada apresentou os seguintes registros em janeiro e agosto deste ano (sempre nessa ordem): 13,2% e 3,6% em Minas Gerais; 9,2% e 3,0% em São Paulo; e 7,7% e 2,8% no Rio de Janeiro.

Ao se tomar o crescimento acumulado da produção industrial nos dois primeiros meses do terceiro trimestre (julho e agosto) e compará-lo ao acumulado no primeiro semestre deste ano, também se observa comportamento mais fraco da indústria em muitas localidades do País. Para ficar ainda naqueles três estados, em São Paulo, o crescimento de 2,9% registrado no primeiro semestre deu lugar a uma variação de 0,8% no acumulado de julho-agosto; no Rio de Janeiro, passou-se de 2,2% para –0,5%; e, em Minas, de 2,4% para –0,4% (todas as taxas relativas ao mesmo período do ano passado). Portanto, o cenário da indústria brasileira ainda é de continuidade de seu intenso processo de desaceleração, talvez caminhando para uma estabilização, o que não é nada alentador, já que os níveis de produção continuam hoje iguais aos de três anos atrás.

Leia aqui o texto completo desta Análise.