9 de setembro de 2011

Emprego Industrial
Horizonte de retração


   

 
Mais do que estagnado, o emprego industrial começa a dar sinais de retração. A ligeira queda de 0,1% do número de ocupados na indústria brasileira ocorrida em julho é o segundo registro negativo e consecutivo captado pela Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário do IBGE. De fato, em junho, o emprego industrial também recuou 0,1% – todas as taxas calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal. A verdade é que, desde agosto do ano passado, o emprego industrial não avança: no acumulado desse período, ou seja, de agosto de 2010 a julho de 2011, o número de ocupados na indústria cresceu somente 0,3%.

O emprego passa a acompanhar, de modo mais claro, o que vem ocorrendo com a produção da indústria, a saber, uma forte perda de ritmo, que pode ser constatada nos seus diferentes setores e ramos produtivos. Isso pode ser observado tanto na desaceleração sistemática da evolução do número de ocupados na indústria desde fevereiro deste ano (2,9%, 2,2%, 1,6%, 1,3%, 0,8% e 0,4%, respectivamente, de fevereiro a julho – taxas calculadas com relação ao mesmo mês do ano anterior), quanto na taxa anualizada do emprego industrial, que vem caindo constantemente nos últimos meses, passando de 3,9% em fevereiro para 2,7% em julho.

O resultado mais preocupante, já levantado por esta Análise em edições anteriores, e que dá margem para se projetar um desempenho mais desfavorável para o emprego industrial nos próximos meses é o que vem ocorrendo em São Paulo. Neste estado, o numero de ocupados vem encolhendo mês após mês desde abril e a taxas cada vez mais negativas: –0,2%, –0,7%, –1,5% e –2,0%, nessa ordem, de abril a julho – todas as taxas de variação calculadas com relação ao mesmo mês do ano anterior. Nos sete primeiros meses deste ano com relação a igual período de 2010, a taxa de variação acumulada do emprego industrial em São Paulo é negativa, igual a –0,1%.

O sinal negativo só não aparece no cômputo geral porque o resultado de São Paulo está sendo contrabalançado, sobretudo, pelo comportamento positivo do número de ocupados em outros dois estados com participação importante no emprego industrial, quais sejam, Rio de Janeiro e Minas Gerais. No entanto, observa-se que também nestes dois estados o emprego industrial vem apresentando forte desaceleração. Continuando nesse ritmo, o registro de retrações mais acentuadas no número de ocupados na indústria parece ser uma questão de tempo.

Leia aqui o texto completo desta Análise.