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Mais do que estagnado, o emprego industrial começa a dar
sinais de retração. A ligeira queda de 0,1% do número
de ocupados na indústria brasileira ocorrida em julho é
o segundo registro negativo e consecutivo captado pela Pesquisa
Industrial Mensal de Emprego e Salário do IBGE. De fato,
em junho, o emprego industrial também recuou 0,1% –
todas as taxas calculadas com relação ao mês
imediatamente anterior, com ajuste sazonal. A verdade é
que, desde agosto do ano passado, o emprego industrial não
avança: no acumulado desse período, ou seja, de
agosto de 2010 a julho de 2011, o número de ocupados na
indústria cresceu somente 0,3%.
O emprego
passa a acompanhar, de modo mais claro, o que vem ocorrendo com
a produção da indústria, a saber, uma forte
perda de ritmo, que pode ser constatada nos seus diferentes setores
e ramos produtivos. Isso pode ser observado tanto na desaceleração
sistemática da evolução do número
de ocupados na indústria desde fevereiro deste ano (2,9%,
2,2%, 1,6%, 1,3%, 0,8% e 0,4%, respectivamente, de fevereiro a
julho – taxas calculadas com relação ao mesmo
mês do ano anterior), quanto na taxa anualizada do emprego
industrial, que vem caindo constantemente nos últimos meses,
passando de 3,9% em fevereiro para 2,7% em julho.
O resultado
mais preocupante, já levantado por esta Análise
em edições anteriores, e que dá margem para
se projetar um desempenho mais desfavorável para o emprego
industrial nos próximos meses é o que vem ocorrendo
em São Paulo. Neste estado, o numero de ocupados vem encolhendo
mês após mês desde abril e a taxas cada vez
mais negativas: –0,2%, –0,7%, –1,5% e –2,0%,
nessa ordem, de abril a julho – todas as taxas de variação
calculadas com relação ao mesmo mês do ano
anterior. Nos sete primeiros meses deste ano com relação
a igual período de 2010, a taxa de variação
acumulada do emprego industrial em São Paulo é negativa,
igual a –0,1%.
O sinal negativo
só não aparece no cômputo geral porque o resultado
de São Paulo está sendo contrabalançado,
sobretudo, pelo comportamento positivo do número de ocupados
em outros dois estados com participação importante
no emprego industrial, quais sejam, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
No entanto, observa-se que também nestes dois estados o
emprego industrial vem apresentando forte desaceleração.
Continuando nesse ritmo, o registro de retrações
mais acentuadas no número de ocupados na indústria
parece ser uma questão de tempo.
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Na passagem de junho para julho, com dados dessazonalizados, o emprego
industrial apresentou variação negativa de 0,1%, segundo
dados do IBGE. No confronto com o mesmo mês de 2010 verifica-se
avanço de 0,4%, a menor taxa nesta comparação desde
janeiro de 2010, quando recuou 0,9%. No acumulado entre janeiro e julho,
em relação ao mesmo período do ano anterior, também
se verificou crescimento (1,7%), desacelerando frente ao acumulado do
primeiro semestre (1,9%). Nos últimos 12 meses, o emprego apresentou
variação acumulada de 2,7%, o que acentuou a redução
na intensidade da alta iniciada em agosto do ano passado.
Na comparação
mensal (mês/mesmo mês do ano anterior), houve crescimento
do número de ocupados na indústria em nove regiões
contempladas pela pesquisa do IBGE, com destaque especial para o estado
do Paraná (6,8%), região Norte e Centro-Oeste (2,8%), Minas
Gerais (2,1%), Pernambuco (7,0%) e Rio Grande do Sul (1,6%). Por outro
lado, São Paulo (–2,0%) representou a maior pressão
negativa. No acumulado no ano contra mesmo período de 2010, observa-se
acréscimo em onze localidades: Paraná (5,1%), Minas Gerais
(3,1%), região Nordeste (2,4%), região Norte e Centro-Oeste
(3,3%) e Rio Grande do Sul (2,8%). Já São Paulo (–0,1%),
Ceará (–1,0%) e Espírito Santo (–0,3%) assinalaram
as variações negativas nessa comparação.
Setorialmente, quando
julho é confrontado ao mesmo mês de 2010, onze dos dezoito
setores industriais pesquisados assinalaram expansão no emprego.
Os principais impactos sobre a média nacional foram: alimentos
e bebidas (3,5%), meios de transporte (6,3%), máquinas e aparelhos
eletroeletrônicos e de comunicações (6,3%), outros
produtos da indústria de transformação (4,2%), metalurgia
básica (4,1%) e máquinas e equipamentos (1,6%). Entre os
quatro ramos que apontaram queda do número de ocupados, os setores
de papel e gráfica (–9,6%), vestuário (–4,7%),
calçados e couro (–6,3%) e madeira (–10,4%) foram os
que exerceram os impactos negativos mais relevantes. No ano, novamente,
onze setores industriais registraram aumento do emprego, sendo que os
impactos mais significativos vieram de meios de transporte (7,7%), alimentos
e bebidas (2,6%), máquinas e equipamentos (4,6%), máquinas
e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (6,3%),
produtos de metal (5,0%), outros produtos da indústria de transformação
(5,3%) e metalurgia básica (6,9%). Papel e gráfica (–9,1%),
vestuário (–3,4%), madeira (–8,1%) e calçados
e couro (–2,6%) apontaram as pressões negativas mais importantes.
Folha de Pagamento Real. Em julho, a folha de pagamento
real do setor industrial apresentou crescimento de apenas 0,1% frente
ao mês anterior, na série livre de efeitos sazonais, após
registrar avanço de 0,5% em maior e 0,3% em junho. Na comparação
com o mesmo mês do ano passado, a folha de pagamento real apresentou
aumento de 1,3%, apoiada pelos resultados positivos em dez localidades
pesquisadas e dez setores industriais. No ano até julho, a variação
acumulada foi positiva, de 4,9%, com São Paulo (3,5%) Minas Gerais
(11,2%), Paraná (8,8%), região Norte e Centro-Oeste (5,7%),
Rio Grande do Sul (4,9%) e região Nordeste (4,4%) exercendo forte
influência.
Número
de Horas Pagas. O número de horas pagas, indicador de
futuras contratações de mão-de-obra na indústria,
assinalou pequeno acréscimo de 0,1% na passagem de junho de 2011
para julho, já descontados os efeitos sazonais. Essa variação
positiva ocorreu após uma queda de 0,6% em junho. Contra julho
de 2010, o número de horas pagas cresceu 0,3%. No acumulado de
2011 até julho, o crescimento das horas pagas na indústria
chegou a 1,4%, devido a influência positiva da região Norte
e Centro-Oeste (4,0%), enquanto São Paulo (–0,3%) representou
uma das maiores pressões negativas.
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