A perda de ritmo da indústria nacional reflete o que vem
ocorrendo em termos regionais. Se a produção industrial
no Nordeste apresenta desaceleração desde junho
de 2010 – em verdade, ela já está se retraindo
–, agora é a vez do sudeste do País confirmar,
com o dado divulgado hoje pelo IBGE, uma tendência clara
de menor fôlego. Nos últimos três meses encerrados
em julho, a produção em São Paulo cresceu
4,2%, 2,5% e 1,1%, respectivamente, em maio, junho e julho –
todas as taxas calculadas com relação a igual mês
de 2010. Em Minas, as taxas de variação da produção
industrial foram iguais a 1,0%, 1,3%, –0,2%, nessa ordem,
de maio a julho. No Espírito Santo, o menor ímpeto
da indústria local é evidente (18,8%, 8,0% e 3,1%),
e, no Rio, o cenário já está ficando negativo
relativamente ao ano passado (0,8%, –3,8% e –2,2%).
Ainda na comparação
com julho de 2010, continuam sendo observados resultados muito
ruins no Nordeste (–7,2%), sobretudo em decorrência
da evolução da produção industrial
no Ceará (–19,2%) e na Bahia (–4,4%). Neste
último estado, o resultado foi principalmente influenciado
pelos setores de metalurgia básica (–36,6%), refino
de petróleo e produção de álcool (–14,2%)
e celulose e papel (–13,9%); no Ceará, devido ao
comportamento das indústrias dos setores têxtil (–37,3%),
alimentos e bebidas (–19,4%), calçados e artigos
de couro (–23,9%), refino de petróleo e produção
de álcool (–26,2%) e vestuário (–22,4%).
Cabe salientar que, em julho do ano passado, a indústria
brasileira como um todo já apresentava resultados bem mais
fracos, ou seja, os níveis de produção com
os quais se está comparando aqui já eram mais modestos.
A produção
industrial acumulada entre janeiro e julho (1,4% no geral), quando
confrontada com mesmo período do ano anterior, revela variação
positiva na maior parte das localidades – em nove das catorze.
As expansões acima da média nacional ficaram com:
Espírito Santo (11,0%), Goiás (5,1%), São
Paulo (2,6%), Paraná (2,3%), Pará (2,2%), Minas
Gerais (2,0%) e Rio de Janeiro (1,6%). Os demais resultados positivos
foram verificados no Rio Grande do Sul (1,4%) e no Amazonas (1,1%).
Por outro lado, os locais com queda na produção
nos sete primeiros meses do ano foram Pernambuco (–3,4%),
Bahia (–4,6%), Santa Catarina (–5,0%), região
Nordeste (–5,9%) e Ceará (–14,4%). No entanto,
vale observar, em quase todas as regiões em que a as taxas
acumuladas no ano são positivas, é flagrante a desaceleração
da produção industrial.
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