2 de agosto de 2011

Indústria
Quadro mais desfavorável


  

 
O quadro desfavorável da indústria brasileira recebeu mais uma pincelada hoje, dada pelo resultado da produção industrial de junho divulgado pelo IBGE. De acordo com esse Instituto, a produção física da indústria nacional recuou 1,6% em junho com relação a maio – a partir da série com ajuste sazonal. O fraco desempenho da indústria, que já pode ser observado desde abril do ano passado, se deve à forte perda de sua competitividade – consequência do real valorizado e do alto custo de se produzir no País – e também, nos últimos meses, ao menor ritmo da economia brasileira imposto pelas medidas governamentais que visam a conter o consumo interno e, consequentemente, a inflação.

Ou seja, a indústria brasileira é, hoje, atingida por dois fatores: o da desaceleração da economia nacional – o que vale para todos os demais setores da atividade econômica do País – e o velho e já bem conhecido custo Brasil, o qual fica cada vez mais explícito pelo câmbio valorizado. Pode-se observar nos dados do IBGE que o desempenho negativo da indústria é generalizado. Em todas as categorias de uso, a produção recuou no mês de junho frente a maio. No setor de bens de consumo semi duráveis e não duráveis, a produção caiu 2,4%; no de bens de capital, 1,9%; no de bens intermediários, 1,6%; e no de bens duráveis, 0,5%. E mais: em 20 das 27 atividades industriais pesquisadas pelo IBGE houve recuo da produção na passagem de maio para junho.

Em outras comparações, é nítida a desaceleração da produção industrial. Ao se tomar o crescimento da produção nos dois primeiros trimestres deste ano, vê-se o seguinte movimento de perda de ritmo: no setor de bens de capital, de um aumento de 4,8% no primeiro trimestre passou-se para uma elevação de somente 0,3% no segundo trimestre; em bens intermediários, de 0,9% para 0,2%; em duráveis, de 5,3% para –6,2%; e em semi e não duráveis, de 1,0% para –1,2% (todas as taxas calculadas com relação ao trimestre imediatamente anterior com ajuste sazonal). A taxa anualizada também apresenta forte desaceleração: 9,4%, 8,7%, 6,9%, 5,4%, 4,5% e 3,7%, nessa ordem, de janeiro a junho deste ano. Nesse ritmo, a indústria poderá fechar o ano de 2011 com crescimento abaixo de 3,0%, o que significaria um recuo muito grande em comparação ao resultado de 2010, quando ela cresceu 10,5%.

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