Os dados de emprego industrial divulgados hoje pelo IBGE só
confirmam o desempenho nada favorável apresentado pela
indústria faz um bom tempo. A variação de
0,1% em maio frente a abril, com ajuste sazonal, é mais
um parco resultado que pode ser observado na evolução
do número de ocupados na indústria desde agosto
de 2010. Vale ressaltar que no acumulado desse período,
ou seja, entre agosto de 2010 e maio deste ano, o emprego industrial
cresceu somente 0,5% e ainda assim devido ao resultado “excepcional”
de fevereiro, pois, se excluída a variação
do segundo mês deste ano, a taxa acumulada nos últimos
dez meses encerrados em maio seria igual a zero. Pode-se observar
também que, na comparação com maio do ano
passado, a taxa de crescimento dos empregados na indústria
é bem inferior à registrada no emprego geral da
economia brasileira: 1,3% no primeiro caso e 2,5% no segundo (variação
da PME também do IBGE).
Ainda nessa
comparação mensal, doze das catorze regiões
contempladas pela pesquisa do IBGE apresentaram expansão
do emprego industrial. Ao lado de avanços significativos
no Paraná (6,1%), em Minas Gerais (3,0%), na região
Nordeste (2,3%), no Rio Grande do Sul (2,7%) e na região
Norte e Centro-Oeste (2,5%), chama a atenção a perda
de dinamismo do emprego industrial no estado de São Paulo
(–0,7%), algo que também é confirmado pela
taxa de variação acumulada no ano. De fato, nos
primeiros cinco meses deste ano com relação a igual
período de 2010, a taxa de variação dos ocupados
na indústria (2,2% no total) foi bastante positiva em Minas
(3,6%), no Rio Grande do Sul (3,1%), no Paraná (4,3%),
na região Nordeste (2,8%), e mesmo na região Norte
e Centro-Oeste (3,6%), enquanto em São Paulo essa taxa
ficou em 0,6%.
Os resultados
setoriais também merecem destaque. Em maio deste ano frente
a igual mês de 2010, onze dos dezoito setores ampliaram
o pessoal ocupado no setor industrial, com destaque para as contribuições
positivas vindas de alimentos e bebidas (3,4%), meios de transporte
(7,6%), máquinas e equipamentos (4,7%), máquinas
e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações
(6,4%), outros produtos da indústria de transformação
(5,7%) e metalurgia básica (7,5%). Por outro lado, papel
e gráfica (–10,2%), vestuário (–4,0%),
madeira (–10,2%) e calçados e couro (–3,7%)
exerceram as principais pressões negativas. No acumulado
no ano, frente igual período de 2010, meios de transporte
(8,1%), alimentos e bebidas (2,2%), produtos de metal (6,5%),
máquinas e equipamentos (5,6%), máquinas e aparelhos
eletroeletrônicos e de comunicações (6,2%),
metalurgia básica (8,0%) foram os maiores impactos positivos.
Já os ramos de papel e gráfica (–8,8%), de
vestuário (–3,1%) e de madeira (–7,1%) responderam
pelos principais impactos negativos.
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