6 de julho de 2011

Indústria Regional
Grande e generalizada oscilação


   

 
Os dados divulgados hoje pelo IBGE parecem mostrar um cenário mais promissor para a indústria brasileira. De fato, no mês de maio, em onze dos catorze locais pesquisados ocorreu expansão da produção industrial. Acima da média geral (1,3%) ficaram: Goiás (15,0%), Bahia (4,5%), Amazonas (3,9%), Paraná (3,6%), Pará (2,7%), São Paulo (1,9%) e Ceará (1,6%). Região Nordeste (1,1%), Pernambuco (0,8%), Minas Gerais (0,7%) e Rio Grande do Sul (0,4%) também registraram resultados positivos em maio – todas as taxas de variação calculadas com relação a abril, a partir da série com ajuste sazonal.

No entanto, muitas dessas variações positivas sucederam resultados negativos em abril, ou ainda, a produção cresceu em maio após cair (em alguns casos, fortemente) no mês imediatamente anterior. Em São Paulo, o aumento de 1,9% da produção industrial ocorreu após uma queda expressiva de 3,9% em abril. No Ceará, a produção havia recuado 6,7% em abril e, nos estados de Pernambuco e Minas, 2,4% e 1,0%, respectivamente. Além desses estados, em outras quatro localidades (do total de onze) com resultados positivos em maio também foi observado queda da produção em abril – Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Região Nordeste.

Mais importante do que registrar essa oscilação no desempenho da indústria é observar que o mesmo movimento de desaceleração na produção em geral também pode ser visto em termos regionais. A análise mais detida, que considera um período maior da evolução da atividade industrial, mostra, ao se tomar o desempenho industrial segundo a média móvel trimestral (a fim de diminuir as oscilações que vêm ocorrendo na produção mês após mês), uma perda de ritmo tanto na indústria como um todo (0,9%, 0,4% e 0,2%, respectivamente, em março, abril e maio) como nas indústrias de estados importantes do ponto de vista industrial, como São Paulo (1,5%, 0,0% e 0,0%), Rio de Janeiro (0,2%, 1,2% e –1,0%) e Minas (0,5%, 0,8% e –0,2%) – todas as variações seguindo a mesma ordem: março, abril e maio.

Além das medidas macroprudenciais do governo para diminuir o ritmo da economia, a presença mais acentuada dos importados (devido à contínua valorização do real) é o principal fator para explicar esse comportamento recente da indústria brasileira.

Leia aqui o texto completo desta Análise.
 

 
Segundo os dados divulgados pelo IBGE, na passagem de abril para maio de 2011, com dados livres de efeitos sazonais, onze das catorze regiões contempladas pela pesquisa apresentaram ampliação da produção industrial, com destaque para o estado de Goiás (15,0%), revertendo a queda de 4,6% dos últimos dois meses. Acima da média geral ficaram: Bahia (4,5%), Amazonas (3,9%), Paraná (3,6%), Pará (2,7%), São Paulo (1,9%) e Ceará (1,6%). Região Nordeste (1,1%), Pernambuco (0,8%), Minas Gerais (0,7%) e Rio Grande do Sul (0,4%) também registraram resultados positivos. Por outro lado, os locais que apresentaram recuo na produção frente a abril foram Espírito Santo (–0,3%), Rio de Janeiro (–1,8%) e Santa Catarina (–2,4%).

No indicador mensal (mês contra mesmo mês do ano anterior), oito dos locais pesquisados assinalaram crescimento. Com avanço acima da média nacional (2,7%), destacaram-se: Espírito Santo (18,8%), Goiás (9,8%), Amazonas (7,6%), Pará (7,1%), Rio Grande do Sul (5,7%) e São Paulo (3,9%). As demais taxas positivas foram: Rio de Janeiro (0,8%) e Minas Gerais (0,6%). Pressionando negativamente ficaram: Ceará (–10,9%) e Santa Catarina (–9,8%), com as quedas mais acentuadas, seguidos do Paraná (–5,9%), região Nordeste (–4,6%), Pernambuco (–4,2%) e Bahia (–2,3%).

A produção industrial acumulada entre janeiro e maio, quando confrontada com mesmo período do ano anterior, revela variação positiva em 8 das 14 localidades novamente. As ampliações mais elevadas no desempenho regional ficaram com: Espírito Santo (13,4%), Rio de Janeiro (3,5%), São Paulo (2,6%), Minas Gerais (2,5%) e Rio Grande do Sul (2,3%). Com avanços inferiores à média do país estão Paraná (1,6%), Amazonas (0,4%) e Pará (0,2%). Os resultados negativos foram observados em Goiás (–0,8%), Santa Catarina (–3,8%), Pernambuco (–5,2%), região Nordeste (–5,9%), Bahia (–6,7%) e Ceará (–9,8%).

No acumulado dos últimos 12 meses, o crescimento de 4,5% da produção nacional deveu-se à variação positiva em 10 localidades. Na passagem de abril para maio, a indústria nacional passou de 5,4% para 4,5%. Esse movimento de desaceleração também foi acompanhado pelas localidades do Paraná (de 11,5% em abril para 8,3% em maio), Ceará (de 0,9% para –1,5%), Santa Catarina (de 1,5% para -0,4%), região Nordeste (de 1,6% para –0,2%), Minas Gerais (de 8,3% para 6,5%) e Bahia (de -0,5% para -2,0%).

 

 
São Paulo. Em maio, frente abril, com dados já descontados dos efeitos sazonais, a produção industrial de São Paulo apresentou avanço de 1,9%, após recuar 3,9% em abril. No confronto com maio de 2010, constatou-se avanço de 3,9%, taxa influenciada pelos setores: refino de petróleo e produção de álcool (25,4%), farmacêutico (21,4%), produtos de metal (18,1%) e de outros produtos químicos (8,0%). Em sentido oposto, entre os sete setores que assinalaram queda na produção, os principais impactos vieram de máquinas para escritório e equipamentos de informática (–25,7%) e de material eletrônico e equipamentos de comunicações (–16,0%). No acumulado dos cinco primeiros meses de 2011, a produção industrial cresceu 2,6%, pressionada pelos acréscimos observados em catorze segmentos, sendo que a indústria farmacêutica (14,7%), refino de petróleo e produção de álcool (12,2%), veículos automotores (4,5%) e outros produtos químicos (6,1%) foram as atividades que mais pressionaram positivamente. Por outro lado, máquinas para escritório e equipamentos de informática (–24,6%) e alimentos (–5,9%) foram os setores que mais influenciaram negativamente a taxa global.

Espírito Santo. A partir de dados livres de efeitos sazonais, observa-se que a indústria capixaba, na passagem de abril para maio, registrou um dos únicos resultados negativos, ao recuar 0,3%. Cabe salientar que nos quatro meses anteriores o estado acumulou um crescimento de 16,6%. Na comparação de maio de 2011 contra igual mês de 2010, houve acréscimo de 18,8%. O principal impacto positivo veio da indústria extrativa (44,0%), seguida por celulose e papel (18,0%) e minerais não metálicos (12,0%). Por outro lado, o único impacto negativo veio de metalurgia básica (–2,0%). Na comparação acumulada no ano, o estado registrou avanço de 13,4%, crescimento impulsionado pelos setores de extrativo (40,9%), minerais não metálicos (13,9%) e celulose e papel (6,0%), enquanto as perdas foram assinaladas por metalurgia básica (–8,2%) e alimentos e bebidas (–0,5%).

Minas Gerais. Em maio, a indústria mineira apresentou aumento de 0,7%, com dados livres de efeitos sazonais. Na comparação mensal (mês/ mesmo mês do ano anterior), houve alta da produção fabril em 0,6%, em virtude, principalmente do desempenho dos setores de veículos automotores (9,9%), outros produtos químicos (12,9%), produtos de metal (11,4%) e minerais não metálicos (4,2%). As pressões negativas foram registradas em metalurgia básica (–3,9%), refino de petróleo e produção de álcool (–9,6%) e indústrias extrativas (–2,9%). A produção industrial no período entre janeiro e maio de 2011 cresceu 2,5%, graças ao desempenho de outros produtos químicos (19,7%), metalurgia básica (5,2%) e indústria extrativa (5,7%). Por outro lado, alimentos (–3,3%), refino de petróleo e produção de álcool (–5,8%) e têxtil (–6,9%) foram os ramos que assinalaram as duas únicas taxas negativas.

 

 

 

 

 

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