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Em maio, a produção industrial brasileira voltou
a crescer (1,3% com relação ao mês imediatamente
anterior, com ajuste sazonal), após apresentar retração
de 1,2% em abril. Apesar de positivo, o resultado de maio não
permite traçar uma tendência de retomada da atividade
industrial nos próximos meses. O que estamos observando
é uma oscilação da produção
na indústria, seja ao nível das suas categorias
de uso, seja ao nível dos seus segmentos.
De fato, tomando
em primeiro lugar o setor de bens duráveis, este apresentou
nos meses de fevereiro, março, abril e maio a seguinte
evolução: –1,4%, 4,6%, –10,0% e 2,7%;
no setor de semiduráveis e não duráveis,
a progressão foi: 0,0%, 2,0%, –1,5% e 0,0%; no de
intermediários, 1,3%, 0,0%, –0,6% e 1,5% (todas as
variações com relação ao mês
imediatamente anterior e com ajuste sazonal). No setor de bens
de capital, a produção apresentou melhores resultados
nesse período (2,2%, 3,9%, –2,9% e 1,7%, respectivamente,
de fevereiro a maio), mas ainda assim registrou forte queda em
abril.
Nos segmentos
industriais, vale notar que os que mais cresceram em maio com
relação a abril – Produtos de metal (12,8%),
Máquinas e equipamentos (4,8%), Máquinas, aparelhos
e materiais elétricos (4,4%), Alimentos (3,9%) e Veículos
automotores (3,5%) – também tiveram forte retração
da produção em abril (–10,2%, –5,0%,
–9,8%, –3,0% e 2,9%, na mesma ordem dos segmentos).
A taxa de
variação média móvel trimestral minimiza
esse efeito oscilatório. Ao se tomar a evolução
dessa taxa, é possível identificar uma desaceleração
da produção. Na indústria geral, a taxa variação
média móvel trimestral teve o seguinte comportamento
nos meses de março, abril e maio, respectivamente: 0,9%,
0,4% e 0,2%. Nas categorias de uso, observa-se também perda
de ritmo da produção nesse período. Em bens
de capital, as taxas foram 2,5%, 1,0% e 0,8%; em bens duráveis,
2,7%, –2,4%, –1,1%; em semi e não duráveis,
0,9%, 0,2% e 0,2% (todas as taxas de março a maio). No
caso de bens intermediários, nota-se uma estabilidade (0,4%,
0,2% e 0,3%).
Esses números
mostram que a indústria está desacelerando. Em parte,
isso decorre das medidas macroprudenciais do governo, as quais
também estão afetando a economia em geral. No entanto,
os efeitos do câmbio valorizado e o fato de ser muito caro
produzir no Brasil são fatores importantes (e já
bem conhecidos) que vêm se somar para explicar esse desempenho
bastante desfavorável da indústria nacional, o qual
já se arrasta por um período consideravelmente longo
– desde abril do ano passado.
Um último
ponto: a indústria brasileira atingiu, de fato, o maior
nível de produção da sua série histórica,
mas ele está somente 0,7% acima do patamar de produção
de setembro de 2008, mês em que ocorreu o agravamento da
crise internacional. Ou seja, passaram-se dois anos e oito meses
para a indústria retomar, com um ligeiro aumento, o nível
de produção pré-crise.
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Segundo dados divulgados pelo IBGE, em maio de 2011, a produção
industrial avançou 1,3% frente ao mês anterior, na série
livre de influências sazonais. Frente a maio de 2010, houve crescimento
de 2,7%. Assim, o indicador acumulado entre janeiro e maio de 2011 registrou
expansão de 1,8%. Já, no acumulado dos últimos 12
meses, a variação de 4,5% foi o resultado menos expressivo
desde junho de 2010 (6,5%).
Na comparação
com abril, o setor de bens de consumo duráveis (+2,7%) registrou
maior ritmo de crescimento, após cair 10,0% em abril. Os segmentos
de bens de capital (1,7%) e de bens intermediários (1,5%) também
registraram taxas positivas, revertendo os resultados negativos de abril
(–2,9% e de –0,6%, respectivamente). A produção
de bens de consumo semi e não duráveis foi a única
categoria a não registrar crescimento, assinalando estabilidade
em maio (0,0%).
Entre as categorias
de uso, na comparação com maio de 2010, os bens de capital
(7,1%) assinalaram ritmo superior ao do total da indústria (2,7%),
impulsionado principalmente pelo crescimento nos subsetores de bens de
capital para transporte (16,7%) e para construção (24,8%).
Os bens intermediários (2,4%) também registraram variação
positiva, seguidos dos bens de consumo duráveis (2,3%) e de bens
de consumo semi e não duráveis (2,0%).
Como dito acima, o
acumulado entre janeiro e maio de 2011, comparado ao mesmo período
do ano passado, registrou alta de 1,8% no índice global, com crescimento
em todas as categorias de uso. Nessa comparação, os bens
de capital (6,4%) registraram a taxa mais elevada, seguidos pelos bens
de consumo duráveis (2,3%), bens intermediários (1,4%) e
bens de consumo semi e não duráveis (0,5%).
Entre abril e maio,
houve expansão da produção em 19 atividades, de um
total de 27. Dentre as taxas positivas, os principais impactos vieram
de alimentos (3,9%), produtos de metal (12,8%), veículos automotores
(3,5%), máquinas e equipamentos (4,8%), refino de petróleo
e produção de álcool (4,2%) e máquinas, aparelhos
e materiais elétricos (4,4%). Por outro lado, as principais pressões
negativas vieram da indústria farmacêutica (–12,1%),
metalurgia básica (–1,9%), bebidas (–2,2%), edição
e impressão (–2,4%) e equipamentos de instrumentação
médico-hospitalares, ópticos e outros (–5,3%).
Na comparação
com maio de 2010, a maioria (19) das 27 atividades pesquisadas registrou
avanço na produção. As com maior impacto sobre o
índice global, por ordem de importância, foram: veículos
automotores (6,0%), refino de petróleo e produção
de álcool (8,0%), produtos de metal (13,0%), outros equipamentos
de transporte (13,2%), máquinas e equipamentos (3,5%) e fumo (20,2%).
Entre os oito ramos que registraram queda na produção, as
principais pressões sobre a média da indústria vieram
de têxtil (–13,4%), bebidas (–6,4%) e edição
e impressão (–2,6%).
No acumulado do ano
até maio, entre os destaques dos setores que pressionaram positivamente
para a taxa geral ficaram veículos automotores (6,9%) outros equipamentos
de transporte (12,5%), farmacêutica (6,6%), refino de petróleo
e produção de álcool (3,6%), equipamentos de instrumentação
médico-hospitalares, ópticos e outros (21,2%), máquinas
e equipamentos (2,4%), minerais não metálicos (4,7%) e indústrias
extrativas (2,9%). Por outro lado, entre os dez ramos com queda na produção
sobressaíram os recuos vindos de têxtil (–11,9%), outros
produtos químicos (ç3,3%), bebidas (–3,7%) e alimentos
(–1,0%).
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