Se o primeiro trimestre deste ano parecia indicar uma retomada
das atividades industriais no País algo que poderia ser
interpretado como um alento após nove meses de estagnação
os dados divulgados hoje pelo IBGE para o emprego na indústria
confirmam que o setor sofreu um forte revés em abril, o
que dificulta muito traçar uma trajetória para a
evolução nos próximos meses, embora existam
indícios de que a tendência não seja positiva.
De fato, além
da retração da produção industrial
em abril (–2,1%, sendo que no estado de São Paulo
a produção caiu ainda mais, –3,8%), o emprego
industrial também decresceu (–0,1%) no quarto mês
deste ano, segundo o IBGE – todas as taxas com relação
ao mês imediatamente anterior e com ajuste sazonal. Vale
lembrar que, desde agosto do ano passado, o emprego industrial
não cresce, ele se mantém praticamente estagnado
– o único “respiro” ocorreu em fevereiro,
quando o número de ocupados na indústria aumentou
0,5%.
Seja nas suas
atividades produtivas, seja no seu mercado de trabalho, o movimento
da indústria ocorrido em abril é consequência
do próprio andamento da economia brasileira, que vem desacelerando
em resposta às medidas de contenção do Governo,
bem como da presença mais acentuada dos bens importados
no País, os quais continuam sendo favorecidos pela valorização
do câmbio, sobretudo nestes últimos meses.
Para frente,
os indicadores de desempenho não são promissores:
de acordo com a CNI, os índices de expectativas das empresas
com relação aos seus negócios vêm caindo
e, segundo os dados divulgados hoje pelo IBGE, observa-se a segunda
queda consecutiva do número de horas pagas na indústria
(–0,3% em março e –0,4% em abril – taxas
de variação relativas ao mês anterior, com
ajuste sazonal). Quedas no número de horas pagas podem
ser um indicador de que o emprego venha a cair no futuro próximo.
O que se mostra
como certo é a desaceleração do ritmo de
evolução no mercado de trabalho da indústria.
Ao se tomar a série que compara mês com o mesmo mês
do ano anterior, nota-se que as taxas de variação
do número de ocupados são decrescentes desde julho
do ano passado. Naquele mês, a taxa foi de 5,7%, chegando
a 1,7% em abril deste ano. O mesmo ocorreu com o número
de horas pagas na indústria: em julho de 2010, a taxa de
variação foi de 5,5%, avançou para 6,1% em
agosto e foi declinado até chegar a 1,2% no quarto mês
de 2011. A taxa anualizada de número de ocupados na indústria
também caiu em abril, ainda que modo mais suave: passou
de 3,9% em março par 3,7% em abril.
Leia
aqui o texto completo desta Análise.