O PIB brasileiro cresceu 4,2% no primeiro trimestre deste ano
com relação ao mesmo trimestre do ano passado. Essa
taxa de variação traz duas informações.
A primeira é que a economia do País inicia o ano
de 2011 crescendo a uma taxa mais condizente com suas potencialidades.
A segunda informação é que as medidas adotadas
pelo governo, desde o final de 2010, para conter o ímpeto
das atividades econômicas estão fazendo efeito. De
fato, ao se tomar a evolução trimestral do PIB (trimestre
com relação ao mesmo trimestre do ano anterior),
observa-se que ele vem desacelerando: 9,3%, 9,2%, 6,7%, 5,0%,
respectivamente, no primeiro, segundo, terceiro e quarto trimestres
de 2010, chegando, como dito acima, aos 4,2% no primeiro trimestre
deste ano.
O desempenho
do PIB nos três primeiros meses deste ano refletiu evoluções
igualmente favoráveis do valor agregado da Indústria
(3,5%), da Agropecuária (3,1%) e dos Serviços (4,0%)
– todas as taxas calculadas no trimestre com relação
ao mesmo trimestre do ano anterior. No entanto, enquanto, no primeiro
trimestre deste ano, o valor agregado da Agropecuária apresentou
uma taxa mais robusta frente ao quarto trimestre de 2010 (que
foi de 1,1%) e o dos Serviços vem apontando uma desaceleração
moderada nos últimos trimestres (6,0%, 4,9% e 4,6%, respectivamente,
no segundo, terceiro e quarto trimestres de 2010), o valor agregado
da Indústria vem diminuindo fortemente seu ritmo (14,1%
8,3%, 4,3%, nessa ordem, no segundo, terceiro e quarto trimestres
de 2010). Vale observar que a indústria de transformação
cresceu, no primeiro trimestre, bem menos (2,4%) do que a média
da indústria geral (a variação de 3,5% supracitada).
Seguindo esse
comportamento da economia, os investimentos também desaceleraram
no primeiro trimestre deste ano. Apesar da variação
expressiva de 8,8% registrada no acumulado dos três primeiros
meses do ano – o que, vale dizer, é um resultado
bom, já que, uma vez mais, ficou acima do consumo das famílias
(5,9%) –, a evolução da Formação
Bruta de Capital Fixo (FBCF) vem perdendo fôlego, ao se
considerar que, anteriormente, foram observadas as seguintes taxas
de crescimento: 28,1%, 21,2%, 12,3%, respectivamente, no segundo,
terceiro e quarto trimestres de 2010. O resultado é que
a participação dos investimentos (FBCF) no PIB no
primeiro trimestre deste ano (18,4%) praticamente ficou estável
com relação à do quarto trimestre de 2010
(18,0%). Esse é um registro muito desfavorável nos
dados divulgados hoje pelo IBGE, dadas as necessidades de investimentos
que o País precisa para dar sustentação ao
seu crescimento.
Outro ponto
negativo diz respeito ao crescimento das importações
(13,1%) frente às exportações (4,3%) no primeiro
trimestre deste ano com relação a igual período
de 2010. Isso mostra que a valorização do real nesses
primeiros meses do ano favoreceu ainda mais a entrada de bens
estrangeiros no País, os quais estão concorrendo
fortemente com os bens produzidos domesticamente e explicam, em
boa medida, o desempenho menos positivo da indústria nacional
na comparação com o dos demais setores da economia.
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