3 de junho de 2011

PIB
Economia nos eixos e desacelerando


   

 
O PIB brasileiro cresceu 4,2% no primeiro trimestre deste ano com relação ao mesmo trimestre do ano passado. Essa taxa de variação traz duas informações. A primeira é que a economia do País inicia o ano de 2011 crescendo a uma taxa mais condizente com suas potencialidades. A segunda informação é que as medidas adotadas pelo governo, desde o final de 2010, para conter o ímpeto das atividades econômicas estão fazendo efeito. De fato, ao se tomar a evolução trimestral do PIB (trimestre com relação ao mesmo trimestre do ano anterior), observa-se que ele vem desacelerando: 9,3%, 9,2%, 6,7%, 5,0%, respectivamente, no primeiro, segundo, terceiro e quarto trimestres de 2010, chegando, como dito acima, aos 4,2% no primeiro trimestre deste ano.

O desempenho do PIB nos três primeiros meses deste ano refletiu evoluções igualmente favoráveis do valor agregado da Indústria (3,5%), da Agropecuária (3,1%) e dos Serviços (4,0%) – todas as taxas calculadas no trimestre com relação ao mesmo trimestre do ano anterior. No entanto, enquanto, no primeiro trimestre deste ano, o valor agregado da Agropecuária apresentou uma taxa mais robusta frente ao quarto trimestre de 2010 (que foi de 1,1%) e o dos Serviços vem apontando uma desaceleração moderada nos últimos trimestres (6,0%, 4,9% e 4,6%, respectivamente, no segundo, terceiro e quarto trimestres de 2010), o valor agregado da Indústria vem diminuindo fortemente seu ritmo (14,1% 8,3%, 4,3%, nessa ordem, no segundo, terceiro e quarto trimestres de 2010). Vale observar que a indústria de transformação cresceu, no primeiro trimestre, bem menos (2,4%) do que a média da indústria geral (a variação de 3,5% supracitada).

Seguindo esse comportamento da economia, os investimentos também desaceleraram no primeiro trimestre deste ano. Apesar da variação expressiva de 8,8% registrada no acumulado dos três primeiros meses do ano – o que, vale dizer, é um resultado bom, já que, uma vez mais, ficou acima do consumo das famílias (5,9%) –, a evolução da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) vem perdendo fôlego, ao se considerar que, anteriormente, foram observadas as seguintes taxas de crescimento: 28,1%, 21,2%, 12,3%, respectivamente, no segundo, terceiro e quarto trimestres de 2010. O resultado é que a participação dos investimentos (FBCF) no PIB no primeiro trimestre deste ano (18,4%) praticamente ficou estável com relação à do quarto trimestre de 2010 (18,0%). Esse é um registro muito desfavorável nos dados divulgados hoje pelo IBGE, dadas as necessidades de investimentos que o País precisa para dar sustentação ao seu crescimento.

Outro ponto negativo diz respeito ao crescimento das importações (13,1%) frente às exportações (4,3%) no primeiro trimestre deste ano com relação a igual período de 2010. Isso mostra que a valorização do real nesses primeiros meses do ano favoreceu ainda mais a entrada de bens estrangeiros no País, os quais estão concorrendo fortemente com os bens produzidos domesticamente e explicam, em boa medida, o desempenho menos positivo da indústria nacional na comparação com o dos demais setores da economia.

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