4 de abril de 2011

Política Econômica
Curto e longo prazo


   

 
Na última sexta-feira, o IEDI entregou em mãos ao Ministro da Fazenda Guido Mantega documento que apresenta a visão da entidade com relação aos principais problemas de curto e longo prazos que o Pais deve enfrentar desde já, com grande energia, para pavimentar seu caminho do desenvolvimento. O governo não deve medir esforços para controlar a inflação, bem como tentar preservar o crescimento da economia brasileira e dirimir a pressão que a valorização do real vem acarretando sobre a produção nacional.

Entende-se também que o governo deve agir o quanto for necessário para controlar gastos, delimitar o avanço excessivo do crédito e atuar no câmbio para neutralizar as grandes apreciações cambiais. Nesse sentido, reconhece-se que o governo tem procurado, com razão, evitar aumentos mais pronunciados na taxa de juros para não prejudicar ainda mais a atividade econômica, o desequilíbrio das contas públicas e a valorização do real.

Há ainda uma visão de médio e longo prazos que deve estar presente na estratégia da política econômica. O País precisa lutar para que a população brasileira venha a maximizar os benefícios que estão abertos pelos investimentos em infraestrutura, habitação e petróleo. Outro ponto diz respeito ao futuro da indústria e do dinamismo da economia brasileira, em um contexto em que é nítida a perda de competitividade do parque industrial nacional.

O Brasil não pode se dar ao luxo de apresentar déficits comerciais tão elevados na indústria de transformação, como vem ocorrendo nos últimos anos – sobretudo em 2010 –, porque precisa manter seu desequilíbrio externo em nível financiável. De outra parte, o País ainda não alcançou um desenvolvimento econômico e social que lhe possibilite abrir mão da indústria e dos serviços qualificados como alavancas de elevação de sua renda per capita e de melhora das condições de vida da população.

O processo de industrialização no País precisa ser aprofundado e ganhar qualidade. Diante dessa percepção, é imprescindível que a política industrial inclua uma audaciosa política de inovação e introduza o tema da sustentabilidade como mais um vetor de desenvolvimento econômico. Uma política de exportação de manufaturados é também, neste momento, um complemento indispensável da política industrial brasileira.

Outra questão de longo prazo diz respeito ao setor público. O governo anunciou um corte do orçamento de R$ 50 bilhões. A medida auxiliará o combate à inflação e será importante para dar maior solidez às contas públicas. Cabe definir se não seria o caso, neste momento, de estipular uma trajetória para a redução dos gastos correntes como proporção do PIB, preservando-se o investimento e os gastos sociais.

Por fim, procurou-se saber da implementação e do andamento de algumas medidas que já foram anunciadas pelo governo: (i) do reembolso do crédito de impostos (PIS/COFINS) na exportação; (ii) da criação do Eximbank; (iii) da desoneração dos investimentos e/ou depreciação acelerada das inversões; (iv) da desoneração mais ampla nas exportações para compensar a retenção de ICMS nas vendas externas; e (v) da desoneração dos encargos do INSS dos empregadores.

Leia aqui o texto completo desta Análise.