Abaixo, um conjunto de sugestões com foco em energias renováveis
e eficiência energética tendo em vista uma agenda
de desenvolvimento sustentável para o Brasil. Parte de
políticas seguidas por relevantes países como EUA,
Japão, França, Alemanha, Espanha, entre os países
industrializados, e Brasil, Coréia do Sul, China e Índia
no bloco de países emergentes. As ações sugeridas
podem ser divididas em dois grandes eixos.
O primeiro
traz recomendações para energias renováveis.
A garantia de preço ao produtor de energias renováveis
é um dos primeiros aspectos que deve ser abordado. As assim
chamadas tarifas feed-in são cada vez mais reconhecidas
como um tipo de política eficiente para se promover energias
renováveis. Além das políticas de tarifas
feed-in – que quando bem desenhadas obtiveram muito
sucesso no barateamento do custo de geração de energias
renováveis em todo o mundo –, o Brasil deve manter
e ampliar os leilões voltados exclusivamente a tecnologias
energéticas limpas que já realiza, e que se mostraram
uma alternativa eficaz.
Devem ser
consideradas ainda as linhas de financiamento e incentivos fiscais
para o setor. A experiência internacional mostra a necessidade
da concessão de crédito mais barato para financiar
projetos de energias renováveis e a indústria nacional
de componentes, ou seja, os fornecedores da cadeia de geração
de energias renováveis.
Também,
poderiam ser aventadas parcerias público-privadas eficazes
para implantação de projetos de energias renováveis,
como ocorre de forma exitosa nos Estados Unidos, onde existe um
programa de subsídio de custo de capital, na forma de crédito
fiscal para construção de certos de tipos usinas
de geração de energias renováveis equivalente
a 30% do custo do projeto. Poderiam ainda ser concedidos incentivos
fiscais para as empresas que atuam em toda a cadeia de suprimento
voltada e energias renováveis. Nos Estados Unidos, por
exemplo, o governo oferece um crédito fiscal voltado à
indústria de componentes e sistemas para geração
de energias renováveis: aproximadamente US$ 2,3 bilhões
estão disponíveis em créditos fiscais para
projetos qualificados.
As empresas
geradoras de energia deveriam gozar de um esquema especial de
pagamento por produção de energias renováveis.
Esse sistema poderia oferecer redução de imposto
devido e créditos fiscais proporcionais à quantidade
de energia renovável gerada por uma empresa. Também
podem ser feitos pagamentos diretos por kWh gerado a partir de
fontes renováveis. Essas formas de pagamento por produção
já foram implantadas em países como Estados Unidos,
Índia, Coréia do Sul, Alemanha, Austrália,
Índia e China.
Além
de políticas de incentivo para o lado da oferta de energia
– tarifas feed-in, sistemas de cotas e leilões
–, é importante fortalecer as políticas que
incentivem os consumidores a demandarem energias renováveis.
O segundo
eixo apresenta recomendações de políticas
públicas para eficiência energética. Inicialmente,
pode-se constatar que, no Brasil, a eficiência energética
é claramente menos prioritária do que a adição
de “nova energia” à rede elétrica, a
despeito do grande potencial existente para a redução
da intensidade energética do PIB brasileiro e da recente
experiência exitosa do País em incrementar a conservação
de energia durante o apagão no ano 2000, sobretudo em escritórios
e domicílios. Tornar a eficiência energética
um dos principais tópicos na agenda de toda a sociedade
passa pela priorização desta por parte do governo
em seu planejamento.
No âmbito
da indústria, precisam ser criados mecanismos de estímulos
à eficiência energética. Importantes mercados
consumidores como o norte-americano, europeu e japonês estão
cada vez mais estabelecendo padrões e exigências
de eficiência para a importação de produtos;
logo, o tema não é somente de caráter ambiental,
mas também de competitividade empresarial. O posicionamento
equivocado do país pode comprometer o acesso de seus produtos
aos principais mercados e minar o potencial exportador da indústria
nacional. No Brasil, a criação de mecanismos de
incentivo a aquisição e desenvolvimento de tecnologias
mais eficientes – seja via isenções fiscais,
linhas de crédito ou subsídios – associada
ao estabelecimento de metas setoriais específicas para
eficiência energética, especialmente por meio de
estratégia multi-stakeholders, e a introdução
de permissões comercializáveis pode reverter a atual
tendência da indústria de elevação
de sua intensidade energética e torná-la mais competitiva
no contexto global.
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