11 de março de 2011

Emprego Industrial
Estagnação


   

 
Diante de um PIB que cresceu 7,5% em 2010, é muito cedo para se constatar a estagnação do emprego na indústria brasileira que se observa desde agosto do ano passado. De acordo com os dados divulgados hoje pelo IBGE, o número de ocupados na indústria teve ligeira queda de 0,1% em janeiro com relação a dezembro, após apresentar a seguinte evolução nos últimos cinco meses de 2010: 0,1%, 0,0%, 0,1%, 0,1%, –0,1%, nessa ordem, de agosto a dezembro (todas as taxas de variação calculadas no mês com relação ao mês imediatamente anterior a partir da série com ajuste sazonal).

Esse comportamento do emprego reflete o momento nada positivo pelo qual a produção industrial vem passando, que, segundo os dados do próprio IBGE, acumula retração de 2,6% no período abril de 2010 a janeiro de 2011 (tomando-se como base o mês de março de 2010). E, como já está mais do que evidenciado, esse baixo desempenho do setor industrial se deve, em grande medida, ao volume crescente de importações que está deslocando e substituindo a produção doméstica.

A estagnação do emprego também pode ser observada na evolução da média móvel trimestral (calculada no trimestre encerrado no mês contra trimestre encerrado no mês imediatamente anterior a partir da série com ajuste sazonal), a qual desde outubro do ano passado é igual a zero. Já, na relação mês/mesmo mês do ano anterior, o emprego industrial assinalou avanço de 2,7% em janeiro último; mas, embora esse resultado represente a décima segunda variação positiva nesta comparação, é nítida a sua perda de ritmo: 5,3%, 5,1%, 4,8%, 4,2%, 3,1%, 3,4%, respectivamente, de julho a dezembro de 2010.

E se esses números mostram um quadro bastante desfavorável para o emprego industrial nos últimos meses (“um olhar pelo retrovisor”), os sinais para se traçar uma tendência do emprego neste início de ano não são animadores. Ao se tomar o total de horas pagas na indústria como, aproximadamente, um indicador antecedente do desempenho do emprego industrial, nota-se que, em janeiro, houve um recuou das horas pagas na indústria (–0,1% com relação a dezembro, com dados já dessazonalizados) e uma confirmação da desaceleração de seu comportamento na comparação mês contra mesmo mês do ano anterior (em janeiro deste ano, verificou-se acréscimo de 2,8%, ante 3,5% em dezembro).

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