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A evolução da produção das indústrias
regionais do País vem apresentando comportamento instável
dentro de um quadro geral de desaceleração; é
o que se observa nos dados divulgados hoje pelo IBGE. Para ilustrar
tal desempenho, tomemos dois casos: a Região Nordeste e
o estado de São Paulo. Em janeiro com relação
a dezembro, considerando os ajustes sazonais, a produção
industrial no Nordeste ficou praticamente estagnada (variação
de apenas 0,1%) e, na comparação com janeiro de
2010, ela recuou 6,1%. Trata-se, evidentemente de um resultado
claramente adverso.
A situação
de progressiva fragilidade das indústrias do Nordeste aparece
também na análise temporal. Ao se tomar a série
ajustada sazonalmente que compara determinado mês com o
mês imediatamente anterior, a produção industrial
da Região apresentou a seguinte evolução:
0,0%, 1,6%, –3,7%, 1,1%, –2,4%, –0,4%, 1,3%,
–5,4% e –0,7%, nessa ordem, no período que
vai de abril a dezembro de 2010, para então iniciar este
ano, como supracitado, com variação de 0,1%. Ao
se acumular essas taxas, tendo como base o mês de março
de 2010, a produção recuou muito nos últimos
dez meses encerrados em janeiro: 8,4%.
A reviravolta
na indústria nordestina também é claramente
identificada na série que compara determinado mês
com o mesmo mês do ano anterior. O andamento da produção,
segundo essa série, foi: 20,6%, 20,0%, 9,7%, 13,9%, 7,6%,
4,3%, 2,8%, –2,0% e –5,5%, considerando ainda o período
que se inicia em abril e termina em dezembro. No primeiro mês
de 2011, a produção acompanhou a tendência
dos últimos meses de 2010 e continuou a cair (–6,1%,
como também foi dito acima). Esses dados, em conjunto,
mostram que, mais que uma desaceleração, a indústria
do Nordeste vem sofrendo uma forte retração.
Em termos
setoriais, quem mais puxou para baixo a produção
no Nordeste nos últimos doze meses até janeiro foram
as atividades industriais de produtos químicos (–21,2%),
têxtil (–25,8%) e refino de petróleo e produção
de álcool (–10,4%). No Ceará, cabe destacar
a retração da indústria de calçados
e artigos de couro (–30,6%) e, em Pernambuco, a queda da
produção em metalurgia básica (–20,1%).
E se a produção
industrial no Nordeste está encolhendo, no estado em que
a indústria tem mais peso e é mais estruturada,
não se consegue observar uma trajetória consistente
de crescimento, muito embora o quadro não seja de retração
aberta como no outro caso. De fato, o que se vê é
uma oscilação, uma instabilidade acentuada na evolução
da produção em São Paulo. Mais precisamente,
a indústria paulista está oscilando muito, permanecendo
estagnada na média do período que vai de abril do
ano passado – quando toda a indústria brasileira
também entrou num ritmo desfavorável de produção.
É exatamente
isto: ao se acumular as variações da produção
industrial de São Paulo no período abril de 2010/janeiro
de 2011, obtém-se uma taxa igual a zero. Portanto, dada
essa evolução instável com “tendência”
a estagnação, o resultado de janeiro da produção
paulista (aumento de 0,7% com relação a dezembro,
na série com ajuste sazonal) não pode ser interpretado
como uma reversão desse cenário. E esse quadro desfavorável
para São Paulo vale para o País.
Por último,
vale também destacar os setores em que a produção
mais caiu nos últimos doze meses no estado de São
Paulo: alimentos (–7,9%), produtos de metal (–10,5%)
e máquinas para escritório e equipamentos de informática
(–19,8%).
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Os dados divulgados pelo IBGE mostram um ligeiro avanço (0,2%)
da indústria brasileira em janeiro relativamente dezembro na série
dessazonalizada, refletindo o aumento da atividade fabril em sete das
catorze localidades analisadas. Esse é o primeiro dado positivo,
após duas quedas consecutivas. As pressões negativas ficaram
em: Goiás (–4,6%), Pará (–4,1%), Rio de Janeiro
e Rio Grande do Sul (ambos com –2,3%), Pernambuco (–1,6%),
Minas Gerais (–1,2%) e Santa Catarina (–0,4%). Por outro lado,
os outros sete locais com alta foram: Espírito Santo (9,4%), Paraná
(9,0%), Bahia (2,0%), Ceará (1,4%), Amazonas (0,8%), São
Paulo (0,7%) e região Nordeste (0,1%).
No confronto entre
janeiro de 2011 e janeiro de 2010, a produção nacional assinalou
alta de 2,5%. Nesta comparação, sete localidades assinalaram
variações positivas. Acima da média aparecem: Paraná
(18,4%), Espírito Santo (9,3%), São Paulo e Pará
(ambos com 3,6%) e Minas Gerais (3,1%). As demais taxas positivas foram
observadas em Santa Catarina (2,4%) e Amazonas (0,6%). Por outro lado,
Ceará (–9,5%) e Bahia (–9,4%) assinalaram as quedas
mais acentuadas, refletindo, respectivamente, a menor produção
nos setores têxtil e de produtos químicos. Também
com resultados negativos figuraram: região Nordeste (–6,1%),
Rio Grande do Sul (–5,5%), Pernambuco (–2,2%), Goiás
(–1,0%) e Rio de Janeiro (–0,2%).
No confronto entre
o quarto trimestre de 2010 e igual período de 2009, onze localidades
apresentaram acréscimos, colaborando para a alta de 3,3% da indústria
brasileira nesta comparação. Goiás (15,0%) e Pará
(11,5%) foram os destaques positivos, enquanto a Região Nordeste
(–1,6%), Bahia (–2,8%) e Ceará (–5,9%) foram
os únicos a apontarem taxas negativas.
Espírito Santo. No confronto entre dezembro/ janeiro de
2010/2011, a produção industrial do estado cresceu 9,4%
na série sem efeitos sazonais, após decrescer 3,5% no mês
anterior. Na comparação mensal (mês / mesmo mês
do ano anterior), foi observado acréscimo de 9,3%. A indústria
capixaba obteve crescimento expressivo em: Indústria extrativa
(38,5%), minerais não metálicos (15,5%). Em sentido oposto,
entre os setores que assinalaram queda na produção, podemos
apontar: Metalurgia básica (–12,2%), alimentos e bebidas
(–6,9%) e Indústria de transformação (–4,2%).
Na análise trimestral frente a igual período de 2010, a
alta foi de 6,0%, apontando para um arrefecimento da produção
industrial do estado (+44,1% no 1º trimestre, +30,5% no segundo,
+16,6% no terceiro e +6,6% no quarto).
Paraná.
O mês de janeiro apontou crescimento (9,0%) da indústria
mineira frente ao mês imediatamente anterior na série livre
de efeitos sazonais. Frente a janeiro de 2010, a produção
fabril deste estado foi 18,4% superior, graças ao desempenho favorável
do setor de edição e impressão (115,2%), veículos
automotores (8,3%) e alimentos (9,3%). As pressões negativas vieram
de produtos químicos (–17,2%). No quarto trimestre do ano
o estado registrou acréscimo de 10,5% frente ao quarto trimestre
de 2010, ritmo superior aos trimestres anteriores.
Goiás.
A produção da indústria goiana decresceu
4,6% em janeiro frente a dezembro, na série livre dos efeitos sazonais.
No indicador mensal, a variação de –1,0% deveu-se
ao desempenho negativo do setor de minerais não metálicos
(–11,6%), dado que o setor de produtos químicos cresceu 11,0%
no período. Alimentos e bebidas (–4,4%) e a indústria
extrativa (–8,9%) representaram os impactos negativos de maior importância.
Na análise trimestral, o crescimento de 8,1% reflete a piora do
ritmo de produção do estado, visto que no terceiro trimestre
a variação foi de 16,4%.
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