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Por corresponder à base do mercado interno consumidor,
cabe destacar, nos dados de emprego divulgados hoje pelo IBGE,
a trajetória da massa real de rendimentos. Na média
de 2010, reagindo a um modesto desempenho num ano de crise, que
foi 2009, o total da massa de rendimento real recebido habitualmente
pelas pessoas ocupadas aumentou 7,5%, uma variação
expressiva que representa tudo o que os países que também
enfrentaram a crise econômica gostariam de registrar em
suas economias.
O que caracteriza
adicionalmente a situação brasileira é que
o crescimento do mercado interno consumidor dá sinais de
que está passando por um período de aceleração.
No último trimestre de 2010 com relação ao
mesmo trimestre de 2009, o aumento real da massa de rendimento
foi de 9,4%, um índice bem superior ao crescimento médio
do ano (de 7,5%, conforme citado acima). Tamanha evolução
prescindiria de um crescimento tão agudo do crédito
quanto o que vinha ocorrendo nos últimos meses de 2010,
razão pela qual o governo instituiu limites para o financiamento
das pessoas físicas, na hipótese perfeitamente plausível
de que o dinamismo do mercado de trabalho é, por si só,
capaz de amparar um expressivo desempenho do consumo familiar.
Ou seja, a julgar pelas últimas tendências do emprego
e do rendimento das pessoas ocupadas, e mesmo que haja uma desaceleração
do crédito para as famílias, deve ser mantido o
suposto de crescimento favorável do consumo familiar em
2011.
Outros dois
pontos podem ser destacados. Primeiro, assim como vem ocorrendo
desde 2006, o número de empregados com carteira assinada
cresceu e o número de empregados sem carteira assinada
recuou em 2010 (variações de, respectivamente, 6,8%
e –1,7% na comparação com o ano imediatamente
anterior). Em termos absolutos, o número médio de
empregados sem carteira assinada no ano de 2010 nas regiões
metropolitanas pesquisadas pelo IBGE (3,966 milhões de
pessoas) foi o menor da série histórica, iniciada
em 2003; movimento que teve como contrapartida o também
maior número de trabalhadores com carteira assinada (11,221
milhões de pessoas).
Segundo, chama
a atenção a variação ínfima
(0,4%) do rendimento médio mensal do trabalho no ano de
2010 em São Paulo, muito abaixo da média nacional
(3,8%) e das outras cinco regiões metropolitanas (12,1%
em Recife; 4,5% em Salvador; 5,6% em Belo Horizonte; 7,0% no Rio
de Janeiro; e 6,6% em Porto Alegre). Como resultado, a massa real
de rendimento médio em São Paulo cresceu somente
3,3% em 2010 – a ocupação aumentou 2,8%, mais
próxima da média total (3,5%), mas ainda bem inferior
às taxas de variação registradas em Recife
(7,5%), Salvador (4,1%) e Belo Horizonte (4,6%).
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Segundo os dados divulgados pela Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, a
taxa de desocupação no conjunto das regiões metropolitanas
investigadas (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador,
Recife e Porto Alegre) foi de 5,3% em dezembro de 2010. Na comparação
com o mês de dezembro de 2009, a taxa de desocupação
apresentou redução de 1,5 ponto percentual. Já a
taxa média de desocupação no ano de 2010 (de 6,7%)
apresentou queda de 1,4 p.p. frente à taxa média de 2009.
Do ponto de vista regional, no acumulado no ano, a taxa de desocupação
decresceu em todas as regiões metropolitanas investigadas, sendo
que em São Paulo (2,2 p.p), no Recife (1,2 p.p) e em Porto Alegre
(1,1 p.p) foram registradas as quedas mais expressivas.
Em dezembro, a população
economicamente ativa (PEA) foi estimada em 41,59 milhões de pessoas,
o que representa crescimento de 0,2% em relação ao mês
de novembro. A região metropolitana de Porto Alegre (0,4%) foi
a que registrou maior incremento na PEA na passagem de novembro para dezembro
ao passo que a região de Salvador manteve-se constante nesse mesmo
período. Já a população ocupada (PO) foi estimada
em 22,4 milhões de pessoas, o que indica crescimento de 0,2% na
passagem de novembro para dezembro. Contribuíram para tal crescimento
as regiões metropolitanas de Salvador e Rio de Janeiro, que registraram
crescimento da população ocupada de 1,8% e 0,5%, respectivamente.
A população
desocupada, por sua vez, registrou queda de 7,9% em relação
ao mês anterior. Contribuíram significativamente para tal
queda as regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Recife (18,6%)
e Porto Alegre (17,8%), já que a região do Rio de Janeiro
obteve a queda menos expressiva (0,4%).
No mês de dezembro, os 22,450 milhões de ocupados distribuíram-se
majoritariamente em trabalhadores com carteira assinada (11,4 milhões),
trabalhadores por conta própria (4 milhões) e empregados
sem carteira assinada (4 milhões). Na comparação
mensal, o crescimento de 0,2% da população ocupada em dezembro
foi influenciado pelo aumento de 16,8% trabalhadoras não remuneradas.
Por outro lado, trabalhador por conta própria obteve queda de (2,2%).
No acumulado entre janeiro e dezembro de 2010, os empregados com carteira
assinada apresentaram o maior incremento (6,8%). Apresentaram também
crescimento os empregadores (2,5%) e os trabalhadores por conta própria
(1,3%).
Setores. Setorialmente,
o emprego apresentou desempenho mais expressivo na passagem de novembro
para dezembro nos seguintes segmentos: Outras atividades (4,5%) e serviços
domésticos com (3,1%). Por sua vez, os setores de Administração
Pública e Intermediação financeira apresentaram queda
do número de ocupados de 2,8% e 0,3%, respectivamente.
Na comparação
entre dezembro de 2010 e dezembro de 2009, os destaques foram os crescimentos
de Administração pública (5,3%), Outros serviços
(4,9%) e Intermediação financeira (4,2%). Apenas os setores
de Outras atividades e serviços domésticos e construção
apresentaram queda, (8,7%), (4,6%) e (1,7%) respectivamente. No acumulado
no ano, as variações mais significativas provieram de outros
serviços (6,4%), outras atividades (6,3%) e construção
(5,8%).
Rendimento
Médio Real. O rendimento médio real dos trabalhadores
em dezembro de 2010 (R$ 1.515,10) nas seis regiões metropolitanas
apresentou, frente a dezembro de 2009, alta em todas as regiões,
com exceção de São Paulo – Recife (17,5%),
Rio de Janeiro (14,4%), Belo Horizonte (7,9%), Porto Alegre (7,3%) e Salvador
(5,7%). No ano de 2010, a média do rendimento médio mensal
habitualmente recebido no trabalho principal foi de R$ 1.490,61, um aumento
de 3,8% em relação a 2009 (R$ 1.436,69).
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