13 de janeiro de 2011

Emprego Industrial
Em paralelo à produção


   

 
Para quem ainda desconhece os efeitos negativos que uma excessiva valorização cambial (dentre outros fatores) é capaz de gerar em uma economia, os últimos dados do IBGE para o emprego industrial dão indicações ilustrativas. Câmbio e outros fatores que restringem a competitividade da indústria já restringem também o aumento do emprego na indústria, o que é ruim porque a ocupação industrial tem, em média, qualidade superior e é mais bem remunerada.

Segundo a pesquisa de emprego industrial divulgada hoje, os sinais são inequívocos: o emprego industrial passou a refletir o que vinha ocorrendo com antecedência na produção física da indústria nacional. Assim, se a produção apresentou resultados fracos ou mesmo negativos de abril a novembro de 2010, acumulando no período uma retração de 1,7%, agora é a vez do emprego. De fato, nos meses de agosto, setembro, outubro e novembro de 2010, o número de ocupados na indústria ficou estagnado. O leitor poderá constatar o contraste dos últimos quatro meses quando o emprego aumentou a cada mês 0%, 0,1%, 0% e 0,1%, respectivamente em agosto, setembro, outubro e novembro, com os quatro meses anteriores, quando evoluía 0,4%, 0,4%, 0,5% e 0,3%, respectivamente em abril, maio, junho e julho.

Ou seja, o mercado de trabalho sente os efeitos do mau momento pelo qual a indústria brasileira vem passando em decorrência da perda de competitividade do produto doméstico frente ao importado – o Real valorizado e as antigas questões relativas a uma infraestrutura inadequada e uma tributação imprópria estão na base desse processo.

Mesmo ao se considerar a série que compara o nível de emprego de um mês com relação ao mesmo mês do ano anterior, o desempenho do emprego industrial não é favorável. De fato, na comparação com novembro de 2009, o contingente de trabalhadores no setor industrial atingiu crescimento de 3,0%, décima taxa positiva, porém a de menor magnitude dos últimos nove meses. Já, no acumulado entre janeiro e novembro de 2010 frente a igual período de 2009, o emprego fabril registrou alta de 3,4%, e, no acumulado nos últimos doze meses em relação a período imediatamente anterior, o emprego obteve acréscimo de 2,9%. No entanto, essas taxas de variação do emprego acumulados em 2010 devem ser tomadas com cautela, pois os períodos de comparação (do ano de 2009) apresentavam níveis baixos de emprego – em consequência dos efeitos da crise internacional.

Regionalmente, no confronto entre novembro de 2010 e novembro de 2009, o emprego industrial ampliou-se em todas as quatorze regiões pesquisadas pelo IBGE. São Paulo (2,1%) exerceu o maior impacto positivo na taxa global, seguido pela região Nordeste (3,8%), Rio de Janeiro (7,0%) e Minas Gerais (3,6%). As outras localidades tiveram o seguinte desempenho: Bahia (7,8%), Espírito Santo (5,8%), Pernambuco (4,2%), Santa Catarina (3,5%), Ceará (3,1%), Sudeste (3,0%), Sul (2,9%), Rio Grande do Sul (2,8%), Norte e Centro-Oeste (2,7%) e Paraná (2,4%).

Em termos setoriais, na comparação com mesmo mês do ano anterior, houve aumento do emprego em doze dos dezoito ramos pesquisados. Os segmentos que representaram as maiores contribuições positivas foram: máquinas e equipamentos (9,8%), meios de transporte (9,1%), produtos de metal (9,3%), borracha e plástico (9,0%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (8,7%). Por outro lado, papel e gráfica (–7,5%), refino de petróleo e produção de álcool (–11,5%) e vestuário (–3,2%) foram os principais impactos negativos. 

 
Em novembro, o emprego industrial assinalou estabilidade em comparação ao mês imediatamente anterior na série livre de efeitos sazonais. Acompanhando o movimento de estagnação da produção industrial, o emprego no setor não registra variações desde agosto de 2010. Na comparação mensal (mês/ mesmo mês do ano anterior), o contingente de trabalhadores no setor industrial atingiu crescimento de 3,0%, décima taxa positiva, porém a de menor magnitude dos últimos nove meses. No acumulado entre janeiro e novembro de 2010 frente a igual período de 2009, o emprego fabril registrou alta de 3,4%. No acumulado nos últimos doze meses em relação a período imediatamente anterior, o emprego obteve acréscimo de 2,9%, comparativamente a 2,3% obtido em outubro.

Regionalmente, no confronto entre novembro de 2010 e novembro de 2009, o emprego industrial ampliou-se em todas as quatorze regiões pesquisadas pelo IBGE. São Paulo (2,1%) exerceu o maior impacto positivo na taxa global, seguido pela região Nordeste (3,8%), Rio de Janeiro (7,0%) e Minas Gerais (3,6%). As outras localidades tiveram o seguinte desempenho: Bahia (7,8%), Espírito Santo (5,8%), Pernambuco (4,2%), Santa Catarina (3,5%), Ceará (3,1%), Sudeste (3,0%), Sul (2,9%), Rio Grande do Sul (2,8%), Norte e Centro-Oeste (2,7%) e Paraná (2,4%).

No acumulado entre janeiro e novembro em comparação aos mesmos onze meses de 2009, todas as localidades apresentaram queda no contingente de pessoal ocupado, com destaque para São Paulo (2,8%), região Nordeste (5,1%), região Norte e Centro-Oeste (4,2%), Rio Grande do Sul (4,0%), Rio de Janeiro (5,6%) e Santa Catarina (3,4%). Os resultados das demais localidades foram: Ceará (7,0%), Bahia (6,5%), Pernambuco (6,2%), Espírito Santo (6,0%), Sudeste (3,0%), Sul (2,9%), Minas Gerais (2,0%) e Paraná (1,1%).

Em termos setoriais, na comparação com mesmo mês do ano anterior, houve aumento do emprego em doze dos dezoito ramos pesquisados. Os segmentos que representaram as maiores contribuições positivas foram: máquinas e equipamentos (9,8%), meios de transporte (9,1%), produtos de metal (9,3%), borracha e plástico (9,0%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (8,7%). Por outro lado, papel e gráfica (–7,5%), refino de petróleo e produção de álcool (–11,5%) e vestuário (–3,2%) foram os principais impactos negativos.

No acumulado no ano, o emprego industrial avançou em catorze setores, sendo que máquinas e equipamentos (7,3%), produtos de metal (6,8%), meios de transporte (5,6%), máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (7,0%), calçados e couro (6,1%) e borracha e plástico (6,2%) foram os destaques positivos mais significativos, enquanto vestuário (–2,2%) e madeira (–6,0%) foram os setores em que o número de admissões foi menor que o de demissões.

 
 

Número de Horas Pagas. O número de horas pagas obteve ampliação de 0,3% na passagem entre outubro e novembro na série livre dos efeitos sazonais, após duas quedas consecutivas (setembro, com variação negativa de 0,3% e outubro, de 0,6%). No confronto com o mesmo mês do ano anterior, a quantidade de horas pagas aos trabalhadores assinalou acréscimo de 3,6%. Regionalmente, os maiores impactos positivos vieram de São Paulo, (2,5%), região Nordeste (3,6%), Minas Gerais (4,6%) e região Norte e Centro-Oeste (5,0%). Em termos setoriais, o avanço se deu em doze das dezoito atividades pesquisadas, com destaque para máquinas e equipamentos (12,7%), meios de transporte (9,5%), produtos de metal (10,2%), máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (9,8%) e metalurgia básica (13,9%). Na comparação acumulada no ano, houve ampliação no número de horas pagas de 4,1%, enquanto nos últimos doze meses, a variação foi de 3,6%.

Folha de Pagamento Real. No mês de novembro, a folha de pagamento real na indústria apresentou queda de 1,3% em relação ao mês anterior, na série livre dos efeitos sazonais, após dois meses de crescimento. Frente a novembro de 2009, o resultado mantém-se positivo pelo décimo primeiro mês consecutivo (7,4%). Esse desempenho deveu-se ao acréscimo da folha de pagamento real em treze das catorze localidades e dezesseis dos dezoito setores pesquisados. Na comparação anual, essa variável cresceu 6,9% contra igual período de 2009, enquanto nos últimos 12 meses, a variação foi positiva em 5,7%.

 
 

 
 

 
 

 
 

 
 

 

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