11 de janeiro de 2011

Indústria Regional
O Panorama Industrial


   

 
Segundo os dados divulgados hoje pelo IBGE, de modo geral, não há uma tendência clara do comportamento da indústria brasileira do ponto de vista regional. A produção física da indústria cresceu, na passagem de outubro para novembro, em sete dos catorze locais pesquisados, quais sejam: Paraná (11,5%), Amazonas (8,8%), Rio Grande do Sul (8,3%), Rio de Janeiro (5,5%), Pará (5,1%), Santa Catarina (2,3%) e São Paulo (1,4%). Por outro lado, com recuo da produção industrial, aparecem: Bahia (–8,1%), região Nordeste (–5,8%), Espírito Santo (–3,1%), Goiás (–2,8%), Minas Gerais (–2,5%), Pernambuco (–2,2%) e Ceará (–0,1%).

Como se sabe, a média da indústria apresentou resultados muito fracos ou negativos nos oito meses que vão de abril a novembro de 2010. Nesse período, que sucedeu uma etapa de grande e veloz recuperação da indústria à crise, a produção total no País decresceu 1,7%.

É interessante identificar os padrões regionais de desempenho nessa fase. Em muitas regiões houve forte retração da produção industrial: Nordeste (–8,5%), Amazonas (–8,0%), Ceará (–8,6%), Pernambuco (–11,3%), Bahia (–4,2%), Minas Gerais (–1,6%), Espírito Santo (–0,8%), Santa Catarina (–3,1%) e Goiás (–2,8%). Já no Pará (5,4%), no Rio de Janeiro (6,2%), em São Paulo (1,0%) e no Rio Grande do Sul (3,4%), a produção industrial registra aumento entre abril e novembro, como consequência do resultado positivo de novembro registrado na produção desses estados – pois, no acumulado abril-outubro, ou seja, sem novembro, a produção também apresentava variação negativa ou nula nessas quatro localidades. Esses últimos dados sugerem que pode estar se aproximando o fim de uma virtual estagnação que dominou o desempenho industrial nos últimos meses.

Outro resultado que vai na mesma direção diz respeito ao desempenho da indústria de São Paulo em novembro. A despeito do crescimento da produção no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul na comparação novembro/outubro de 2010, o destaque do mês foi o desempenho da indústria paulista. Ao crescer 1,4% em novembro e reverter o sinal de estagnação que se observava no período abril-outubro (–0,3%), o movimento da produção de São Paulo pode ser outro indicador de que a indústria como um todo poderá lograr melhores resultados ainda no final de 2010 (dezembro) e início deste ano, já que, em São Paulo, a indústria é mais diversificada, estruturada e, portanto, mais representativa do desempenho geral da produção industrial.

Também constitui boa notícia o fato de o resultado de novembro de São Paulo decorrer, em grande medida, do desempenho da produção de bens de capital (em seus diferentes segmentos), refletindo que o dinamismo dos investimentos continua bom. No entanto, vale lembrar (e esse é o cuidado que se deve tomar), apesar do crescimento favorável de novembro (1,4%), a produção da indústria de São Paulo caiu 0,8% no mês imediatamente anterior (outubro), após ficar estagnada em setembro (0,1%). Ou seja, o resultado de novembro pode indicar o início de uma trajetória de recuperação e expansão da atividade industrial nos próximos meses, mas, infelizmente, não há nada de concreto que possa assegurá-la, sobretudo porque as dificuldades colocadas pelo câmbio supervalorizado ainda estão postas.


  

 
De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal – Regional do IBGE, a produção industrial cresceu em sete dos catorze locais pesquisados na passagem de outubro para novembro. As maiores quedas ficaram por conta dos estados da Bahia (–8,1%), região Nordeste (–5,8%), Espírito Santo (–3,1%) e Goiás (–2,8%). Acompanharam tal tendência os estados de Minas Gerais (–2,5%), Pernambuco (–2,2%) e Ceará (–0,1%). Já os estados do Paraná (11,5%), Amazonas (8,8%), Rio Grande do Sul (8,3%), Rio de Janeiro (5,5%), Pará (5,1%), Santa Catarina (2,3%) e São Paulo (1,4%) apresentaram movimento contrário, isto é, apresentaram crescimento da produção industrial na passagem de setembro para outubro.

Na base de comparação mês contra mesmo mês do ano anterior, os estados do Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Amazonas, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Santa Catarina e Pernambuco assinalaram crescimento. Com movimento contrário, apresentaram queda os estados do Ceará (–4,8%), Bahia (–2,6%) e Região Nordeste (–2,1%). Com avanço acima da média nacional (5,3%), destacaram-se os estados de Pará (15,1%), Paraná (13,6%), Rio de Janeiro (10,1%), Espírito Santo (9,8%), Amazonas (7,3%), Rio Grande do Sul (7,0%) e Minas Gerais (5,9%). Por outro lado, os estados de São Paulo (5,2%), Goiás (4,7) e Pernambuco (1,6%), apresentaram crescimento inferior à média nacional.

A produção industrial acumulada entre janeiro e novembro apresentou crescimento em todas as localidades. As ampliações mais significativas no desempenho regional foram registradas pelos estados do Espírito Santo (24,9%), Amazonas (16,9%), Goiás (16,8%). Obtiveram também crescimento, nessa mesma base de comparação, os estados de Minas Gerais (15,8%), Paraná (15,6%) e Pernambuco (11,2%), São Paulo (10,9%), Ceará (10,8%), Nordeste (9,6%), Bahia, Pará (9,0%), Rio de Janeiro (8,8%), Rio Grande do Sul (7,5%) e Santa Catarina (6,6%).

No que diz respeito ao indicador acumulado nos últimos 12 meses, o crescimento de 11,7% da produção nacional deveu-se à variação positiva ocorrida em todas as localidades. Os destaques foram os estados do Espírito Santo (25,9%), Minas Gerais (16,7%) e Paraná (16,6%).

 
 

Paraná. Em novembro, frente outubro, com dados já descontados dos efeitos sazonais, a produção industrial paranaense apresentou avanço de 11,5%. No confronto com novembro de 2009, constatou-se aumento de 13,6%, taxa influenciada pelos setores: Veículos automotores (21,8%), edição e impressão (26,7%) e alimentos (13,3%). Em sentido oposto, os dois únicos setores que assinalaram queda na produção foram borracha e plástico (–3,6%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–3,9%). No acumulado dos onze primeiros meses de 2010, a produção industrial cresceu 15,6%, resultado sobretudo dos acréscimos observados em veículos automotores (59,8%), máquinas e equipamentos (27,8%), alimentos (9,1%) e edição e impressão (6,9%). Por outro lado, os setores de refino de petróleo e produção de álcool (–8,5%), produtos químicos (–13,4%) e veículos automotores (–25,8%) apresentaram queda em sua produção.

Amazonas. A partir de dados livres de efeitos sazonais, observa-se que a indústria capixaba, na passagem de outubro para novembro, registrou crescimento de 8,8%. Na comparação novembro de 2010 contra igual mês de 2009, houve acréscimo de 7,3%, taxa influenciada pelos setores: Outros equipamentos de transporte (55,5%), equipamentos médico-hospitalares (76,9%) e produtos de metal (29,3%). Por outro lado, máquinas e equipamentos (–14,7%) e Alimentos e bebidas (–5,3%). Na comparação acumulada no ano, o estado do Amazonas registrou avanço de 16,9%, taxa impulsionada por: material eletrônico e equipamentos de comunicações (19,8%), alimentos e bebidas (17,4%) e outros equipamentos de transporte (18,1%). Por outro lado, o único setor que apresentou queda foi edição e impressão (–6,0%).

Nordeste. Em novembro, a indústria nordestina apresentou a maior queda dentre os estados pesquisados, (–5,8%), com dados livres de efeitos sazonais. Na comparação mensal (mês/ mesmo mês do ano anterior), o estado registrou queda de 2,1%, taxa impulsionada pelo setor de: Produtos químicos (–14,7%), refino de petróleo e produção de álcool (–8,0%) e têxtil (–12,0%). A produção industrial no período entre janeiro e novembro de 2010 foi de 9,6%, graças ao desempenho da indústria de alimentos e bebidas (9,3%), refino de petróleo e produção de álcool (19,0%), metalurgia básica (15,5%) e produtos químicos (4,3%).

 
 
 

 
 

 
 

 

 

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