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O IPCA registrou em dezembro 0,63% de aumento, fechando o ano
com variação de 5,91%, um índice elevado
e superior ao centro da meta de inflação brasileira
(4,5%). O último mês do ano trouxe, no entanto, um
resultado positivo: o aumento de preços ficou significativamente
abaixo daquele de novembro quando a variação foi
0,83%. Em particular, foi positiva a desaceleração
do aumento dos preços no grupo de Alimentação
e Bebidas, que passou de 2,22% para 1,32% entre novembro e dezembro.
Dentre os produtos com maior importância neste resultado
destacam-se a desaceleração do preço da carne
(2,25% em dezembro ante 10,67% em novembro) e a queda de preço
do feijão carioca (-6,64% em novembro e -16,45% em dezembro).
No caso dos
produtos e serviços não alimentícios, a taxa
mensal registrou variação de 0,42%, com estabilidade
ante o mês de novembro (0,41%). Entre os grupos que mostraram
altas, destacam-se Transportes (de 0,13% para 0,29%), sob influência,
basicamente das variações dos preços de passagens
aéreas (7,61%), ônibus interestadual (2,58%) e etanol
(3,70%). Os grupos vestuário (de 1,25% para 1,34%), saúde
e cuidados pessoais (de 0,36% para 0,39%) e artigos de residência
(de -0,12% para 0,10%) também tiveram variações
maiores em dezembro do que em novembro.
O aumento
do IPCA de 5,91% no ano de 2010, significou uma alta de 1,60 p.p.
sobre a taxa de 2009 (4,31%) e foi equivalente ao resultado acumulado
em 2008 (5,90%). Este movimento, a exemplo do ocorrido em 2008,
reflete o comportamento dos preços dos alimentos. Em 2010,
os preços dos produtos e serviços relacionados à
alimentação ficaram 10,39% mais caros que em 2009,
o que representa uma contribuição de 2,34 p.p. na
composição da taxa anual, ou 40% do total. Este
impacto pode ser mais bem avaliado quando se observa que a variação
dos preços de alimentos em 2010 ante 2009 significou um
aporte de 7,21 p.p, quando a taxa foi de 3,18%.
É esperado
um comportamento mais moderado dos preços de alimentos
em 2011 em função de uma pressão menor das
cotações de commodities internacionais, o que pode
representar uma inflação mais próxima da
meta fixada para este ano (também de 4,5%) já que,
ademais, o governo vem adotando medidas para conter o consumo
através de restrições da liquidez e do crédito
e promete delimitar o crescimento das despesas públicas
para atingir um superávit primário sem maquiagem
de cerca de 3% do PIB.
Os bens e
serviços com preços monitorados registraram taxa
de variação anual de 3,12% no ano passado (4,73%
em 2009), uma marca que deverá ser maior em 2011. Já
os preços livres, em função basicamente,
dos preços de alimentos, acumularam alta no ano de 7,09%
ante variação de apenas 4,13% em 2009. Com variação
de 0,63% em dezembro, os bens não-comercializáveis
acumularam alta de 7,28% no ano (5,49% em 2009), enquanto os preços
dos bens comercializáveis registram alta anual de 6,88%
(2,63% em 2009). O grupo de bens duráveis mostrou taxa
acumulada nos últimos doze meses de apenas 0,94%, embora
acima do registrado em 2009 (-1,89%). Os bens semiduráveis
acumularam, em doze meses, variação de 6,03% (4,80%
em 2009). Os bens não duráveis tiveram alta acumulada
no ano de 8,89% (4,00% em 2009). Os preços dos serviços
os que mais prontamente espelham as pressões de demanda
-com taxa média mensal acima 0,6% terminam 2010 com variação
acumulada de 7,61% ante um resultado de 6,37% registrado em dezembro
de 2009.
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O IPCA registrou em dezembro uma taxa de 0,63%, significativamente abaixo
daquela de novembro quando a variação foi 0,83%. O comportamento
dos preços no grupo de Alimentação e Bebidas foi
o responsável pela desaceleração do IPCA entre novembro
e dezembro, tendo passado de 2,22% para 1,32%, de um mês para o
outro. Entre os produtos alimentícios que tiveram maior importância
neste resultado são destaques a desaceleração do
preço das carnes (10,67% em novembro e 2,25% em dezembro) e quedas
de preços, como no caso do feijão carioca (-6,64% em novembro
e -16,45% em dezembro). Outros alimentos também ficaram mais baratos
de um mês para o outro, como a batata-inglesa (7,30% para -11,96%),
o feijão preto (de 2,11% para -1,93%) e o feijão mulatinho
(de -1,21% para -5,83%). Mesmo com estas quedas e recuos na taxa de crescimento,
o grupo ainda mostrou contribuição significativa para a
composição da taxa mensal: 0,31 pontos percentuais, o que
corresponde a 49% do IPCA de dezembro. Entre os produtos com taxas crescentes,
destacaram-se o açúcar refinado (de 6,52% em novembro para
7,02% em dezembro), o frango inteiro (de 3,35% para 4,81%), o frango em
pedaços (de 1,36% para 3,44%) e lanche (de 1,24 para 2,02%). Também
os preços das refeições fora do domicílio
subiram 1,98% no último mês (ante 1,40%em novembro) e foi
o item com maior contribuição no mês (0,09 p.p).
Entre os produtos e serviços não alimentícios, a
taxa mensal registrou variação de 0,42%, com estabilidade
ante novembro (0,41%). Entre os grupos que mostraram altas, destacam-se
Transportes (de 0,13% para 0,29%), sob influência, basicamente das
variações dos preços de passagens aéreas (7,61%),
ônibus interestadual (2,58%) e etanol (3,70%). Os grupos vestuário
(de 1,25% para 1,34%), saúde e cuidados pessoais (de 0,36% para
0,39%) e artigos de residência (de -0,12% para 0,10%) também
tiveram variações maiores em dezembro do que em novembro.
O grupo de despesas
relativas à habitação registrou recuo de 0,57% em
novembro para 0,49% no último mês do ano, decorrente de variações
mais moderadas dos aluguéis residenciais (0,73% ante 1,05% em novembro)
e da energia elétrica (0,48% em novembro para os atuais 0,02%).
Já em despesas pessoais, o recuo da taxa de dezembro ante o mês
anterior foi puxado pelo item empregado doméstico (taxa de 1,34%
em novembro e 0,72% em dezembro).
Entre as regiões
onde é realizada a pesquisa, Recife (1,07%) apresentou o maior
resultado, com os alimentos aumentando 1,79%. Belo Horizonte (0,35%) ficou
com o índice mais baixo, também em razão da taxa
dos alimentos (0,17%), a menor entre as regiões pesquisadas. Em
São Paulo, a taxa mensal ficou em 0,70%, com o grupo alimentação
registrando 1,68%.
Inflação
Acumulada. Ao longo do ano de 2010, o IPCA registrou alta de
5,91%, tendo significado uma alta de 1,60 p.p. sobre a taxa de 2009 (4,31%),
e equivalente ao resultado acumulado em 2008 (5,90%).
Este movimento, a
exemplo do ocorrido em 2008, é atribuído ao comportamento
dos preços dos alimentos. No último ano, os preços
dos produtos e serviços relacionados à alimentação
ficaram 10,39% mais caros que em 2009, o que representa uma contribuição
de 2,34 p.p. na composição da taxa anual, ou 40% do total.
Este impacto pode ser mais bem avaliado quando se observa que a variação
dos preços em 2010 ante 2009 significou um aporte de 7,21 p.p,
quando a taxa foi de 3,18%.
O gráfico a
seguir mostra as variações mensais dos preços dos
alimentos e a taxa geral do IPCA em 2010. A alta de preços daqueles
produtos e serviços iniciou-se na segunda metade do ano, com forte
aceleração até novembro.
Entre os produtos
alimentícios, as maiores altas advieram dos feijões, com
alta de 63,65% na variedade de maior peso nos orçamentos (feijão
carioca) que, sozinho, contribuiu com 0,1 p.p na taxa anual do IPCA. O
subgrupo de cereais, leguminosas e oleaginosas também mostrou alta
anual importante (17,95% com contribuição de 0,15 p.p.),
assim como açúcares e derivados (alta de 15,89% e contribuição
de 0,13 p.p.). Entretanto, o subgrupo de produtos com maior contribuição,
dado sua maior participação nas despesas das famílias,
foi a carne bovina, com variação média de 2,66%,
resultando em contribuição de 0,65 p.p na taxa geral. Com
as sucessivas altas dos produtos alimentícios, os preços
da alimentação fora do domicílio registraram alta
de 9,82%, aportando mais 0,77 p.p na taxa geral, na composição
anual.
O conjunto dos bens
e serviços não alimentícios fechou o ano com alta
de 4,61% (abaixo do verificado em 2009, quando ficou em 4,65%). As Despesas
Pessoais (alta de 7,37%) forneceram a maior contribuição
para a taxa geral do ano, com destaque para empregados domésticos
(alta de 11,82% e aporte de 0,40 p.p na taxa geral), além de cabeleireiro
(8,16%) e despesas no subgrupo Recreação, com alta de 5,31%
e contribuição de 0,18 p.p. Vestuário foi o grupo
com maior variação (7,52%), porém em face da menor
participação no orçamento, contribuiu com 0,50 p.p.
para o IPCA anual. Em seguida veio o grupo Educação, com
alta de 6,22% decorrente, na maior parte, do aumento de 6,64% nas mensalidades
escolares. As despesas com Habitação, com variação
de 4,98% (contribuição de 0,66 p.p) foram pressionadas pelos
aluguéis (7,42%) e condomínio (7,11%). Nas despesas do grupo
Saúde e Cuidados Pessoais, a variação de 5,06% decorreu
dos aumentos em planos de saúde (6,86%), enquanto Artigos de Residência
(3,53%), Transportes (2,41%) e Comunicações (0,88%) registraram,
entre os grandes grupos, as menores variações anuais.
Em dezembro, os bens
e serviços com preços monitorados registraram taxa de 0,26%
(0,33% em novembro), fechando ano com variação de 3,12%
(4,73% em 2009). Os preços livres, apesar da desaceleração
na virada de novembro para dezembro (1,04% e 0,78%), acumularam alta no
ano de 7,09%, ante variação de apenas 4,13% em 2009. Com
variação de 0,63% em dezembro, os bens não-comercializáveis
acumularam alta de 7,28% no ano, enquanto os preços dos bens comercializáveis,
embora com recuo na taxa mensal entre novembro e dezembro, a exemplo dos
preços livres, registram alta anual de 6,88% (2,63% em 2009).
O grupo de bens duráveis
mostrou estabilidade, mais uma vez na taxa mensal, levando a taxa acumulada
nos últimos doze meses para apenas 0,94% (-1,89% em 2009). Os bens
semiduráveis registraram taxa mensal de 0,86% e, na composição
em doze meses, 6,03% (4,80% em 2009). Os bens não duráveis,
embora em ritmo menor ao apontado em novembro, registraram taxa de 1,16%
em dezembro, com taxa acumulada no ano de 8,89% (4,00% em 2009). Os preços
dos serviços, com taxa média mensal acima 0,6% terminam
2010 com variação acumulada de 7,61% ante um resultado de
6,37% registrado em dezembro de 2009.
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