7 de janeiro de 2011

Inflação
Alívio dos preços dos alimentos


  

 
O IPCA registrou em dezembro 0,63% de aumento, fechando o ano com variação de 5,91%, um índice elevado e superior ao centro da meta de inflação brasileira (4,5%). O último mês do ano trouxe, no entanto, um resultado positivo: o aumento de preços ficou significativamente abaixo daquele de novembro quando a variação foi 0,83%. Em particular, foi positiva a desaceleração do aumento dos preços no grupo de Alimentação e Bebidas, que passou de 2,22% para 1,32% entre novembro e dezembro. Dentre os produtos com maior importância neste resultado destacam-se a desaceleração do preço da carne (2,25% em dezembro ante 10,67% em novembro) e a queda de preço do feijão carioca (-6,64% em novembro e -16,45% em dezembro).

No caso dos produtos e serviços não alimentícios, a taxa mensal registrou variação de 0,42%, com estabilidade ante o mês de novembro (0,41%). Entre os grupos que mostraram altas, destacam-se Transportes (de 0,13% para 0,29%), sob influência, basicamente das variações dos preços de passagens aéreas (7,61%), ônibus interestadual (2,58%) e etanol (3,70%). Os grupos vestuário (de 1,25% para 1,34%), saúde e cuidados pessoais (de 0,36% para 0,39%) e artigos de residência (de -0,12% para 0,10%) também tiveram variações maiores em dezembro do que em novembro.

O aumento do IPCA de 5,91% no ano de 2010, significou uma alta de 1,60 p.p. sobre a taxa de 2009 (4,31%) e foi equivalente ao resultado acumulado em 2008 (5,90%). Este movimento, a exemplo do ocorrido em 2008, reflete o comportamento dos preços dos alimentos. Em 2010, os preços dos produtos e serviços relacionados à alimentação ficaram 10,39% mais caros que em 2009, o que representa uma contribuição de 2,34 p.p. na composição da taxa anual, ou 40% do total. Este impacto pode ser mais bem avaliado quando se observa que a variação dos preços de alimentos em 2010 ante 2009 significou um aporte de 7,21 p.p, quando a taxa foi de 3,18%.

É esperado um comportamento mais moderado dos preços de alimentos em 2011 em função de uma pressão menor das cotações de commodities internacionais, o que pode representar uma inflação mais próxima da meta fixada para este ano (também de 4,5%) já que, ademais, o governo vem adotando medidas para conter o consumo através de restrições da liquidez e do crédito e promete delimitar o crescimento das despesas públicas para atingir um superávit primário sem maquiagem de cerca de 3% do PIB.

Os bens e serviços com preços monitorados registraram taxa de variação anual de 3,12% no ano passado (4,73% em 2009), uma marca que deverá ser maior em 2011. Já os preços livres, em função basicamente, dos preços de alimentos, acumularam alta no ano de 7,09% ante variação de apenas 4,13% em 2009. Com variação de 0,63% em dezembro, os bens não-comercializáveis acumularam alta de 7,28% no ano (5,49% em 2009), enquanto os preços dos bens comercializáveis registram alta anual de 6,88% (2,63% em 2009). O grupo de bens duráveis mostrou taxa acumulada nos últimos doze meses de apenas 0,94%, embora acima do registrado em 2009 (-1,89%). Os bens semiduráveis acumularam, em doze meses, variação de 6,03% (4,80% em 2009). Os bens não duráveis tiveram alta acumulada no ano de 8,89% (4,00% em 2009). Os preços dos serviços os que mais prontamente espelham as pressões de demanda -com taxa média mensal acima 0,6% terminam 2010 com variação acumulada de 7,61% ante um resultado de 6,37% registrado em dezembro de 2009.
   

 
O IPCA registrou em dezembro uma taxa de 0,63%, significativamente abaixo daquela de novembro quando a variação foi 0,83%. O comportamento dos preços no grupo de Alimentação e Bebidas foi o responsável pela desaceleração do IPCA entre novembro e dezembro, tendo passado de 2,22% para 1,32%, de um mês para o outro. Entre os produtos alimentícios que tiveram maior importância neste resultado são destaques a desaceleração do preço das carnes (10,67% em novembro e 2,25% em dezembro) e quedas de preços, como no caso do feijão carioca (-6,64% em novembro e -16,45% em dezembro). Outros alimentos também ficaram mais baratos de um mês para o outro, como a batata-inglesa (7,30% para -11,96%), o feijão preto (de 2,11% para -1,93%) e o feijão mulatinho (de -1,21% para -5,83%). Mesmo com estas quedas e recuos na taxa de crescimento, o grupo ainda mostrou contribuição significativa para a composição da taxa mensal: 0,31 pontos percentuais, o que corresponde a 49% do IPCA de dezembro. Entre os produtos com taxas crescentes, destacaram-se o açúcar refinado (de 6,52% em novembro para 7,02% em dezembro), o frango inteiro (de 3,35% para 4,81%), o frango em pedaços (de 1,36% para 3,44%) e lanche (de 1,24 para 2,02%). Também os preços das refeições fora do domicílio subiram 1,98% no último mês (ante 1,40%em novembro) e foi o item com maior contribuição no mês (0,09 p.p).

 

 
Entre os produtos e serviços não alimentícios, a taxa mensal registrou variação de 0,42%, com estabilidade ante novembro (0,41%). Entre os grupos que mostraram altas, destacam-se Transportes (de 0,13% para 0,29%), sob influência, basicamente das variações dos preços de passagens aéreas (7,61%), ônibus interestadual (2,58%) e etanol (3,70%). Os grupos vestuário (de 1,25% para 1,34%), saúde e cuidados pessoais (de 0,36% para 0,39%) e artigos de residência (de -0,12% para 0,10%) também tiveram variações maiores em dezembro do que em novembro.

O grupo de despesas relativas à habitação registrou recuo de 0,57% em novembro para 0,49% no último mês do ano, decorrente de variações mais moderadas dos aluguéis residenciais (0,73% ante 1,05% em novembro) e da energia elétrica (0,48% em novembro para os atuais 0,02%). Já em despesas pessoais, o recuo da taxa de dezembro ante o mês anterior foi puxado pelo item empregado doméstico (taxa de 1,34% em novembro e 0,72% em dezembro).

Entre as regiões onde é realizada a pesquisa, Recife (1,07%) apresentou o maior resultado, com os alimentos aumentando 1,79%. Belo Horizonte (0,35%) ficou com o índice mais baixo, também em razão da taxa dos alimentos (0,17%), a menor entre as regiões pesquisadas. Em São Paulo, a taxa mensal ficou em 0,70%, com o grupo alimentação registrando 1,68%.

Inflação Acumulada. Ao longo do ano de 2010, o IPCA registrou alta de 5,91%, tendo significado uma alta de 1,60 p.p. sobre a taxa de 2009 (4,31%), e equivalente ao resultado acumulado em 2008 (5,90%).

Este movimento, a exemplo do ocorrido em 2008, é atribuído ao comportamento dos preços dos alimentos. No último ano, os preços dos produtos e serviços relacionados à alimentação ficaram 10,39% mais caros que em 2009, o que representa uma contribuição de 2,34 p.p. na composição da taxa anual, ou 40% do total. Este impacto pode ser mais bem avaliado quando se observa que a variação dos preços em 2010 ante 2009 significou um aporte de 7,21 p.p, quando a taxa foi de 3,18%.

O gráfico a seguir mostra as variações mensais dos preços dos alimentos e a taxa geral do IPCA em 2010. A alta de preços daqueles produtos e serviços iniciou-se na segunda metade do ano, com forte aceleração até novembro.

Entre os produtos alimentícios, as maiores altas advieram dos feijões, com alta de 63,65% na variedade de maior peso nos orçamentos (feijão carioca) que, sozinho, contribuiu com 0,1 p.p na taxa anual do IPCA. O subgrupo de cereais, leguminosas e oleaginosas também mostrou alta anual importante (17,95% com contribuição de 0,15 p.p.), assim como açúcares e derivados (alta de 15,89% e contribuição de 0,13 p.p.). Entretanto, o subgrupo de produtos com maior contribuição, dado sua maior participação nas despesas das famílias, foi a carne bovina, com variação média de 2,66%, resultando em contribuição de 0,65 p.p na taxa geral. Com as sucessivas altas dos produtos alimentícios, os preços da alimentação fora do domicílio registraram alta de 9,82%, aportando mais 0,77 p.p na taxa geral, na composição anual.

O conjunto dos bens e serviços não alimentícios fechou o ano com alta de 4,61% (abaixo do verificado em 2009, quando ficou em 4,65%). As Despesas Pessoais (alta de 7,37%) forneceram a maior contribuição para a taxa geral do ano, com destaque para empregados domésticos (alta de 11,82% e aporte de 0,40 p.p na taxa geral), além de cabeleireiro (8,16%) e despesas no subgrupo Recreação, com alta de 5,31% e contribuição de 0,18 p.p. Vestuário foi o grupo com maior variação (7,52%), porém em face da menor participação no orçamento, contribuiu com 0,50 p.p. para o IPCA anual. Em seguida veio o grupo Educação, com alta de 6,22% decorrente, na maior parte, do aumento de 6,64% nas mensalidades escolares. As despesas com Habitação, com variação de 4,98% (contribuição de 0,66 p.p) foram pressionadas pelos aluguéis (7,42%) e condomínio (7,11%). Nas despesas do grupo Saúde e Cuidados Pessoais, a variação de 5,06% decorreu dos aumentos em planos de saúde (6,86%), enquanto Artigos de Residência (3,53%), Transportes (2,41%) e Comunicações (0,88%) registraram, entre os grandes grupos, as menores variações anuais.

Em dezembro, os bens e serviços com preços monitorados registraram taxa de 0,26% (0,33% em novembro), fechando ano com variação de 3,12% (4,73% em 2009). Os preços livres, apesar da desaceleração na virada de novembro para dezembro (1,04% e 0,78%), acumularam alta no ano de 7,09%, ante variação de apenas 4,13% em 2009. Com variação de 0,63% em dezembro, os bens não-comercializáveis acumularam alta de 7,28% no ano, enquanto os preços dos bens comercializáveis, embora com recuo na taxa mensal entre novembro e dezembro, a exemplo dos preços livres, registram alta anual de 6,88% (2,63% em 2009).

O grupo de bens duráveis mostrou estabilidade, mais uma vez na taxa mensal, levando a taxa acumulada nos últimos doze meses para apenas 0,94% (-1,89% em 2009). Os bens semiduráveis registraram taxa mensal de 0,86% e, na composição em doze meses, 6,03% (4,80% em 2009). Os bens não duráveis, embora em ritmo menor ao apontado em novembro, registraram taxa de 1,16% em dezembro, com taxa acumulada no ano de 8,89% (4,00% em 2009). Os preços dos serviços, com taxa média mensal acima 0,6% terminam 2010 com variação acumulada de 7,61% ante um resultado de 6,37% registrado em dezembro de 2009.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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