23 de dezembro de 2010

Indústria
O recuo da produção de bens com alta intensidade tecnológica


  

 
A indústria de transformação não vem apresentando bons resultados desde abril deste ano. Cabe aqui analisar essa evolução recente da indústria a partir de um prisma diferente, qual seja, o da produção segundo a intensidade tecnológica. Valendo-se da tipologia adotada pela OCDE de intensidade tecnológica, as diferentes atividades da indústria de transformação brasileira podem ser agregadas de acordo com quatro faixas: alta, média-alta, média-baixa e baixa intensidade tecnológica.

Dessas quatro faixas, a maior alta no acumulado do ano de 2010 vis-à-vis igual período de 2009 foi lograda pela de média-alta intensidade tecnológica, com taxa de 21,8%. Observe-se que, ao se comparar o acumulado até setembro de 2010 com o mesmo período de 2008 com igual acumulado de 2008, a variação é de -1,6%. Já ao serem confrontados os meses de setembro de 2010 e de 2009, a indústria de média-alta intensidade cresceu 9,1%. Já em doze meses terminados em setembro, versus os doze meses anteriores, a variação foi de 19,2%.

O grupo de indústrias de média-baixa intensidade logrou expansão de dois dígitos no acumulado do ano frente ao mesmo período de 2009, 13,7%, mas sem ainda registrar acréscimo perante janeiro-setembro de 2008, com retração de 1,3%. Na comparação com igual mês do ano anterior (setembro), o crescimento foi de 4,4%. No acumulado de quatro trimestres frente aos quatro trimestres anteriores, a produção física das atividades de média-alta intensidade cresceram 11,5%.

Os segmentos de alta e de baixa intensidade lograram não apenas taxas positivas na comparação entre acumulados até setembro de 2010 e de 2009 (6,6% e 7,4%, respectivamente), mas também registraram taxas positivas na comparação com janeiro-setembro de 2008: taxas de 0,3% e 2,6%, nessa ordem. As duas faixas também registraram expansão de um dígito na comparação entre acumulados em doze meses: a de alta intensidade cresceu 5,2% e a de baixa, 6,3%.

As semelhanças, contudo, param aí. As atividades de alta intensidade sofreram retração em setembro, se comparado ao mesmo mês de 2009, com taxa de –1,7%. O resultado do mês concorreu para o recuo de 3,1% em julho-setembro frente ao mesmo período de 2009. O grupo de baixa intensidade, por sua vez, cresceu 6,9% nessa base de comparação, contribuindo para a variação positiva no terceiro trimestre, de 1,5%.

Leia aqui o texto completo desta Análise.