A indústria de transformação não vem
apresentando bons resultados desde abril deste ano. Cabe aqui
analisar essa evolução recente da indústria
a partir de um prisma diferente, qual seja, o da produção
segundo a intensidade tecnológica. Valendo-se da tipologia
adotada pela OCDE de intensidade tecnológica, as diferentes
atividades da indústria de transformação
brasileira podem ser agregadas de acordo com quatro faixas: alta,
média-alta, média-baixa e baixa intensidade tecnológica.
Dessas quatro
faixas, a maior alta no acumulado do ano de 2010 vis-à-vis
igual período de 2009 foi lograda pela de média-alta
intensidade tecnológica, com taxa de 21,8%. Observe-se
que, ao se comparar o acumulado até setembro de 2010 com
o mesmo período de 2008 com igual acumulado de 2008, a
variação é de -1,6%. Já ao serem confrontados
os meses de setembro de 2010 e de 2009, a indústria de
média-alta intensidade cresceu 9,1%. Já em doze
meses terminados em setembro, versus os doze meses anteriores,
a variação foi de 19,2%.
O grupo de
indústrias de média-baixa intensidade logrou expansão
de dois dígitos no acumulado do ano frente ao mesmo período
de 2009, 13,7%, mas sem ainda registrar acréscimo perante
janeiro-setembro de 2008, com retração de 1,3%.
Na comparação com igual mês do ano anterior
(setembro), o crescimento foi de 4,4%. No acumulado de quatro
trimestres frente aos quatro trimestres anteriores, a produção
física das atividades de média-alta intensidade
cresceram 11,5%.
Os segmentos
de alta e de baixa intensidade lograram não apenas taxas
positivas na comparação entre acumulados até
setembro de 2010 e de 2009 (6,6% e 7,4%, respectivamente), mas
também registraram taxas positivas na comparação
com janeiro-setembro de 2008: taxas de 0,3% e 2,6%, nessa ordem.
As duas faixas também registraram expansão de um
dígito na comparação entre acumulados em
doze meses: a de alta intensidade cresceu 5,2% e a de baixa, 6,3%.
As semelhanças,
contudo, param aí. As atividades de alta intensidade sofreram
retração em setembro, se comparado ao mesmo mês
de 2009, com taxa de –1,7%. O resultado do mês concorreu
para o recuo de 3,1% em julho-setembro frente ao mesmo período
de 2009. O grupo de baixa intensidade, por sua vez, cresceu 6,9%
nessa base de comparação, contribuindo para a variação
positiva no terceiro trimestre, de 1,5%.
Leia
aqui o texto completo desta Análise.