17 de dezembro de 2010

Emprego
De onde vem tanto crescimento?


   

 
Há pelo menos trinta anos o mercado de trabalho brasileiro não vivia uma situação tão positiva. Em novembro deste ano, a taxa de desocupação nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE foi de 5,7%, o que significa uma taxa 1,7 ponto percentual menor do que a de novembro de 2009 e a menor da série iniciada em março de 2002. Em algumas regiões, essa taxa chegou a patamares de países desenvolvidos, como na do Rio de Janeiro (4,9%), de Belo Horizonte (5,3%) e de São Paulo (5,5%). Na região metropolitana de Porto Alegre, cuja taxa foi de 3,7% em novembro, praticamente não há desemprego – entre os homens dessa região, a taxa de desocupação registrada em novembro foi de 2,9%.

Outro resultado relevante foi o aumento da população ocupada que chegou a 3,7% em novembro frente a igual mês do ano passado, o equivalente à abertura de 795 mil novos postos de trabalho. De onde vem tanto crescimento do emprego? Em termos de taxas de variação, quem mais contribuiu para o crescimento da população ocupada no País foram as regiões de Recife (9,0%) e Porto Alegre (5,0%); nas regiões de Belo Horizonte, São Paulo, Salvador e Rio, a ocupação aumentou 3,8%, 3,7%, 3,3% e 1,9%, respectivamente.

Já, em termos absolutos, dos 795 mil postos de trabalho a mais em novembro deste ano com relação a novembro de 2009, 332 mil foram gerados na região metropolitana de São Paulo (o correspondente a 41,8% daquele total). A região do Recife contribuiu com 127 mil postos (ou 16,0% do total), seguida pelas regiões de Rio de Janeiro (97 mil ou 12,2% do total), Belo Horizonte (92 mil ou 11,6%), Porto Alegre (91 mil ou 11,4%) e de Salvador (56 mil ou 7,0%). Vale notar que as regiões que induziram muito o avanço do fluxo de trabalhadores foram Porto Alegre e Recife, na medida em que suas taxas de contribuição para o fluxo (11,4% e 16,0%, nessa ordem, como visto acima) são superiores às suas respectivas participações no estoque total de trabalhadores em novembro (8,5% e 6,9%, na mesma ordem).

A contribuição para o crescimento do emprego também pode ser identificada segundo as atividades econômicas. Em novembro com relação ao mesmo mês de 2009, o emprego aumentou mais nas atividades de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais (7,7%), Outros serviços (6,7%) e Intermediação financeira e atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados à empresa (4,2%). Abaixo da média (3,7%), ficaram as atividades de Comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos (3,4%), da Indústria extrativa e de transformação e produção e distribuição de eletricidade, gás e água (2,2%) e da Construção (1,1%).

Em termos absolutos, ou ainda, daqueles 795 mil postos, as maiores contribuições vieram das atividades de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais (263 mil) e Outros serviços (252 mil). Ou seja, essas duas atividades contribuíram com 65,0% do total de novos postos de trabalho gerados entre novembro de 2009 e novembro deste ano. A indústria, que inclui aqui os serviços de utilidade pública (água, luz e gás) contribuiu com 81 mil postos de trabalho (ou 10,2% do total). Vale observar que a indústria contribuiu com um percentual de novos postos de trabalho (fluxo) muito menor do que a sua participação (16,6%) no estoque total de trabalhadores em novembro, o que significa que, relativamente, ela encolheu.

Leia aqui o texto completo desta Análise.