1º de dezembro de 2010

Comércio Exterior
Déficit no horizonte


  

 
De acordo com os dados divulgados hoje pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o superávit comercial de novembro somou apenas US$ 312 milhões (US$ 15,6 milhões por dia útil), o pior resultado desde janeiro de 2010, tanto em termos absolutos como pelo critério da média diária. Esse resultado decepcionante foi registrado a despeito do bom desempenho das exportações e decorreu da aceleração das importações, as quais voltaram a crescer com muita força em novembro.

Os dados dessazonalizados pelo IEDI revelam que a média diária das compras externas em novembro cresceu 9,0% frente a outubro, contra 3,8% de avanço das vendas ao exterior. A aceleração das importações num contexto de evolução também favorável das exportações transparece, igualmente, na comparação do resultado de novembro com o mesmo mês do ano anterior na série sem ajuste sazonal. Nesse caso, as importações cresceram 44,3% e as exportações, 39,8%.

Esses dados mostram que ter déficit na balança comercial brasileira já não é algo improvável. Vários fatores têm contribuído para a deterioração do desempenho dessa balança nos últimos meses, apesar da alta praticamente generalizada dos preços das commodities, que têm contribuído para a manutenção das exportações em patamares elevados. Em primeiro lugar, o patamar muito baixo da taxa de câmbio, que compromete a competitividade dos produtos domésticos.

Em segundo lugar, a atividade econômica continua aquecida, embora tenha desacelerado nos últimos meses. Em terceiro lugar, os preços dos produtos dos países que exportam para o Brasil estão em níveis reduzidos, seja em razão da sobrecapacidade de vários setores industriais em âmbito mundial e da recuperação frágil nos países centrais, seja devido à atratividade do mercado brasileiro, cujo dinamismo têm estimulado o ingresso de novos players, que adotam a estratégia de fixar preços favoráveis para a conquista de market share.
 

 
De acordo com os dados divulgados hoje pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o superávit comercial de novembro somou apenas US$ 312 milhões (US$ 15,6 milhões por dia útil), o pior resultado desde janeiro de 2010, tanto em termos absolutos como pelo critério da média diária (em janeiro, foi registrado déficit de US$ 177 milhões, equivalente a US$ 9 milhões por dia útil).

Esse resultado decepcionante foi registrado a despeito do bom desempenho das exportações, as quais se recuperaram com atraso em relação às importações no contexto pós-crise, mas ganharam impulso nos últimos meses, fechando o mês de novembro em US$ 17,7 bilhões (US$ 884,4 milhões por dia útil). O baixíssimo superávit decorreu da aceleração das importações, que voltaram a crescer com muita força, após o breve interregno de setembro, atingindo US$ 17,4 bilhões (US$ 868,8 milhões por dia útil).

Os dados dessazonalizados pelo IEDI revelam que a média diária das compras externas em novembro cresceu 9,0% frente a outubro, contra 3,8% de avanço das vendas ao exterior. A aceleração das importações num contexto de evolução também favorável das exportações transparece, igualmente, na comparação do resultado de novembro com o mesmo mês do ano anterior na série sem ajuste sazonal: as importações cresceram 44,3% (maior percentual desde agosto de 2010) e as exportações 39,8% (melhor resultado desde maio de 2010). Vale lembrar que em outubro, pela primeira vez desde janeiro de 2010, as exportações tinham crescido mais do que as importações (37% contra 36%) nessa base de comparação.

 

 
Esses dados mostram que ter déficit na balança comercial brasileira já não é algo improvável. Vários fatores têm contribuído para a deterioração do desempenho dessa balança nos últimos meses, apesar da alta praticamente generalizada dos preços das commodities, que ganhou impulso no segundo semestre de 2010 (ver Análise IEDI do dia 24 de novembro), contribuindo, decisivamente, para o aumento dos preços das exportações brasileiras (já que esses bens respondem por mais de 50% da nossa pauta) e, assim, para a sua manutenção em patamares elevados.

Em primeiro lugar, embora a trajetória de apreciação cambial tenha se estancado (tanto devido às medidas de desestímulo ao ingresso de capitais, como à deterioração do cenário internacional devido às novas turbulências na área do Euro), o patamar da taxa de câmbio segue muito baixo, o que compromete a competitividade dos produtos domésticos. Em segundo lugar, a atividade econômica continua aquecida, apesar de ter desacelerado nos últimos meses. Em terceiro lugar, os preços dos produtos dos países que exportam para o Brasil estão em níveis reduzidos, seja em razão da sobrecapacidade de vários setores industriais em âmbito mundial e da recuperação frágil nos países centrais, seja devido à atratividade do mercado brasileiro, cujo dinamismo têm estimulado o ingresso de novos players, que adotam a estratégia de fixar preços favoráveis para a conquista de market share – nesse contexto, as empresas já presentes no mercado brasileiro também respondem mediante competição via preços, para sustentar sua fatia de mercado.

Resultados Gerais. O resultado obtido para o saldo comercial de novembro foi igual a US$ 312,0 milhões, representando uma média por dia útil de apenas US$ 15,6 milhões. No mês anterior, o saldo diário havia sido de US$ 92,7 milhões. No confronto com novembro de 2009, verificou-se um decréscimo de 48,9% entre os saldos médios diários. Entre janeiro e novembro de 2010, a balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 14,9 bilhões (média diária de US$ 65,5 milhões), enquanto que nesse mesmo período de 2009 o saldo foi de US$ 23,1 bilhões (US$ 101,3 milhões por dia útil), assinalando um recuo de 35,4% em termos diários.

Importações. Em novembro de 2010, as importações totalizaram US$ 17,4 bilhões, indicando uma média por dia útil de US$ 868,8 milhões. Contribuíram para esse desempenho as importações da 3ª semana, principalmente, com média diária de US$ 982,8 milhões. No confronto novembro de 2010/novembro de 2009, em termos de média por dia útil, as importações cresceram 44,3%. No acumulado entre janeiro até novembro, as compras de produtos estrangeiros chegaram a US$ 166,1 bilhões (US$ 728,4 milhões por dia útil), valor diário que obteve avanço de 43,9% referente ao mesmo período do ano passado (média por dia útil de US$ 506,3 milhões).

Exportações. As exportações fecharam o mês de novembro em US$ 17,7 bilhões, ou o equivalente a US$ 884,4 milhões ao longo dos 20 dias úteis do mês. Na 2ª semana de novembro, observa-se o maior volume exportado, com média diária de US$ 1.127,0 milhões, enquanto a 5ª semana registrou a menor média diária do mês (US$ 684,0 milhões). No acumulado entre janeiro e o décimo primeiro mês de 2010, a venda de produtos brasileiros no exterior foi de US$ 181,0 bilhões (média por dia útil de US$ 793,8 milhões). Com relação à média diária do acumulado do mesmo período de 2009 (US$ 607,6 milhões), houve um crescimento de 30,7%, bem abaixo das importações.

 

 

 

 

 

 

 

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